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Massacres de tropas francesas não podem ser esquecidos, insiste presidente da Argélia

Membros da comunidade argelina da França marcham por Paris para marcar o 60º aniversário da repressão de 17 de outubro de 1961 contra manifestantes argelinos, em 17 de outubro de 2021, em Paris, França [Sam Tarling/Getty Images]

O presidente da Argélia, Abdelmadjid Tebboune, anunciou no sábado (07) que os “horríveis massacres” cometidos pelo colonialismo francês em seu país “não podem ser esquecidos”. Tebboune fez seu comentário sobre o 77º aniversário dos massacres ocorridos em 8 de maio de 1945, informou o Al-Watan Voice.

Em uma carta aberta dirigida ao povo argelino, o presidente disse que os massacres em Setif, Guelma e Kherrata, a leste de Argel, ficarão “gravados” na memória nacional. Pelo menos 45.000 argelinos foram mortos pelas tropas coloniais francesas enquanto protestavam pela independência.

“A Argélia está interessada em lidar com os arquivos da era colonial sem qualquer barganha, para preservar nossa memória”, disse Tebboune. “Fará isso com integridade e objetividade dentro de uma estrutura que garanta os interesses de ambos os países com respeito mútuo”.

A Argélia exige há muitos anos o reconhecimento, o pedido de desculpas e a compensação da França por seus crimes coloniais. Em todas as ocasiões, porém, o governo em Paris exige que a página seja virada em direção ao futuro.

Apesar da tensão entre Argel e Paris causada pela história colonial francesa, Tebboune parabenizou Emmanuel Macron por sua reeleição como presidente no mês passado. Ele convidou o líder francês a visitar a Argélia “em breve” para reatar as relações.

O convite de Tebboune ocorreu após uma crise diplomática em outubro passado, quando a Argélia chamou de volta seu embaixador de Paris para consultas em protesto às dúvidas públicas de Macron sobre a existência de uma nação argelina antes do colonialismo francês.

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