Cerca de 500 detidos administrativos palestinos, detidos sem julgamento ou acusação, boicotaram tribunais militares israelenses pelo 113º dia consecutivo, anunciou o Clube dos Prisioneiros Palestinos na sexta-feira (29).
Os detidos administrativos estão tomando a medida para enfatizar a necessidade de acabar com essa prática cruel e injusta que ajuda a manter o sistema de apartheid de Israel contra os palestinos.
“Defensores de direitos humanos palestinos, jornalistas, acadêmicos e outros sofreram com essa prática cruel e desumana e protestam há décadas, inclusive por meio de greves de fome”, compartilhou Saleh Higazi, vice-diretor da Anistia Internacional para o Oriente Médio e Norte da África.
Ele acrescentou: “Esse boicote é um apelo coletivo renovado dizendo ‘basta'”.
Higazi continuou: “Esse boicote corajoso destaca o tratamento desumano de Israel e a punição dos palestinos. A comunidade internacional, particularmente os Estados com relações estreitas com Israel, devem agora tomar medidas concretas e pressionar Israel a acabar com seu uso sistemático de detenção arbitrária como um passo para desmantelar o apartheid”.
O grupo palestino de direitos humanos Addameer divulgou que as autoridades israelenses emitiram 5.728 ordens de detenção administrativa contra palestinos nos Territórios Palestinos Ocupados entre 2017 e 2021.
Addameer também confirmou um aumento em 2021 de 1.695 pedidos, vinculados a uma campanha de prisões em massa por autoridades israelenses durante semanas de violência em maio e junho.
De acordo com a Anistia Internacional, Israel há décadas usa intencionalmente a detenção administrativa para deter indivíduos, incluindo prisioneiros de consciência, detidos apenas por exercerem seus direitos à liberdade de expressão, reunião e associação e puni-los por suas opiniões e ativismo.
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