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Judiciário de Israel fornece cobertura legal para crimes do exército, dizem grupos de direitos humanos

Forças de segurança israelenses se posicionam dentro do complexo da Mesquita de Al-Aqsa, em 22 de abril de 2022 [Ahmad Gharabli/AFP via Getty Images]

Grupos de direitos humanos acusaram, na terça-feira (26), o judiciário israelense de fornecer cobertura legal para os crimes do exército contra civis palestinos desarmados.

O Centro Palestino para os Direitos Humanos (PCHR, na sigla em inglês), o Centro Al-Mezan para os Direitos Humanos e o Centro Legal para os Direitos das Minorias Árabes em Israel (Adalah) disseram em uma coletiva de imprensa em Gaza que a recusa do judiciário israelense em reabrir uma investigação sobre a morte de quatro crianças palestinas pelas Forças de Defesa de Israel durante a ofensiva militar do Estado de ocupação em 2014 permite que oficiais e soldados ajam com impunidade.

O procurador-geral militar de Israel encerrou o caso do assassinato dos quatro meninos na praia de Gaza em 9 de setembro de 2019. Os três grupos de direitos humanos apelaram em 2020 contra o encerramento do caso, mas no início desta semana a Suprema Corte israelense declarou que não seria reaberto.

“O judiciário israelense protege os soldados da ocupação de serem processados ​​por crimes contra a humanidade e crimes de guerra”, explicou o diretor do PHRC, Raji Al-Surani. “Dessa forma, o exército israelense está dando as costas ao direito internacional e às convenções de direitos humanos.”

LEIA: Suprema Corte de Israel rejeita recurso para nova investigação sobre assassinato de meninos na praia de Gaza

O diretor da Adalah, Hassan Jabarin, dirigiu-se a jornalistas online de Haifa. “Esse caso esclarece os ataques letais arbitrários de Israel contra civis palestinos durante a guerra em Gaza em 2014, quando matou mais de 550 crianças”, destacou. Há um plano do sistema legal em Israel para defender a agressão israelense contra os palestinos e a “autoridade de avaliação” do exército israelense, acrescentou Jabarin. “Isso proporciona total impunidade aos soldados israelenses. Esse caso prova que há uma necessidade urgente de um partido internacional, incluindo o Tribunal Penal Internacional, para processar os líderes israelenses”.

Isam Younis, o diretor do Al-Mezan Centre, acrescentou que “essa imprudência da Suprema Corte israelense agrava a sombria realidade dos crimes israelenses e crimes contra a humanidade cometidos pelas forças de ocupação contra o povo palestino”.

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