A Electronic Gaming Development Company (EGDC) da Arábia Saudita, que é de propriedade da Mohammed Bin Salman Foundation, agora possui quase inteiramente a desenvolvedora de jogos japonesa SNK, adquirindo 96,18 por cento das ações da empresa.

O acordo, inicialmente proposto no final do ano passado, foi finalizado em 15 de fevereiro, segundo o site da SNK. Segue-se a aquisição anterior da MiSK de uma participação de 33,3 por cento na SNK em novembro de 2020.

Na época, a Fundação sugeriu ambições de possuir apenas uma participação majoritária de 51 por cento na SNK. “O investimento da Fundação Mohammed bin Salman (MiSK Foundation) na SNK continua uma parceria de longa data com a empresa japonesa que inclui trabalhar anteriormente em projetos conjuntos em animação e videogames, por meio da subsidiária da MiSK, Manga Productions”, afirmou um comunicado à imprensa.

A aquisição da SNK é o mais recente investimento dos sauditas na lucrativa indústria de jogos. No início deste ano, a Bloomberg informou que o Fundo de Investimento Público (PFI) do reino possui mais de 5 por cento da Capcom e da Nexon, no valor de mais de US$ 1 bilhão.

Em 2020, o fundo soberano investiu mais de US$ 3 bilhões nas desenvolvedoras de jogos americanas Activision Blizzard, Electronic Arts e Take-Two. O primeiro está atualmente sob aquisição pela Microsoft em um acordo que deve ser finalizado no próximo ano, aguardando revisões regulatórias.

A SNK é uma das mais antigas empresas de videogames japonesas ativas, ao lado da Capcom, e é mais notável por desenvolver o sistema de arcade Neo-Geo e está por trás de algumas das franquias de jogos de maior sucesso, incluindo King of Fighters, Metal Slug e Samurai Shodown.

A aventura da Arábia Saudita no mundo dos jogos está alinhada com a Visão 2030 do príncipe herdeiro, que visa afastar o reino da dependência das receitas do petróleo para uma economia mais diversificada. No entanto, juntamente com as acusações de “lavagem esportiva”, acredita-se que os investimentos de alto nível no setor de jogos também são um meio para melhorar a imagem do país no exterior, à luz de seu histórico ruim de direitos humanos, o assassinato sancionado pelo Estado do jornalista Jamal Khashoggi e a guerra em curso contra o Iêmen, agora em seu sétimo ano.

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