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Líder da Frente Polisário denuncia ‘mudança radical’ na posição da Espanha no Saara Ocidental

Brahim Ghali, presidente da República Árabe Saaraui Democrática e secretário-geral da Frente Polisário, em 27 de fevereiro de 2021 [Ryad Kramdi/AFP via Getty Images]
Brahim Ghali, presidente da República Árabe Saaraui Democrática e secretário-geral da Frente Polisário, em 27 de fevereiro de 2021 [Ryad Kramdi/AFP via Getty Images]

O líder da Frente Polisário, Brahim Ghali, condenou ontem a mudança radical na posição da Espanha em apoio à proposta de Marrocos sobre o Sahara Ocidental.

“Está claro que é uma transformação radical que não esperávamos de um Estado em que a autoridade se baseia na administração por lei”, disse Ghali, em entrevista publicada pelo jornal El Mundo.

Madri há décadas concorda com a visão apoiada pela ONU de que o Saara Ocidental, uma ex-colônia espanhola, tem o direito à autodeterminação. No entanto, em 18 de março, expressou apoio à proposta de autonomia marroquina e a descreveu como “a base mais séria, realista e credível para resolver o conflito”.

No ano passado, uma rixa diplomática também eclodiu entre Espanha e Marrocos quando a Espanha permitiu que o líder da Frente Polisário, separatista do Saara Ocidental, fosse tratado na Espanha por covid-19.

Pouco depois, as autoridades marroquinas assistiram enquanto cerca de 10.000 migrantes cruzavam para Ceuta, um enclave espanhol no norte da África.

Após a mudança de posição do governo espanhol sobre o Saara Ocidental, o embaixador marroquino retornou a Madri em 20 de março.

O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sanchez, deve visitar Rabat nos próximos dias para consolidar a reconciliação.

“Sinto-me como qualquer sarauí que enfrenta esta decisão muito perigosa”, disse Ghali, que ainda não havia falado publicamente sobre a mudança de posição do governo espanhol, acrescentando que “a Espanha nos deixou à nossa sorte em 1975 e, 47 anos depois, está fazendo o mesmo”.

“A Espanha sempre defendeu uma solução no quadro das Nações Unidas e com base nas resoluções da ONU, o que significa defender o direito à autodeterminação do povo sarauí para concluir o processo de descolonização. É por isso que não entendemos a transformação radical do governo espanhol”, acrescentou.

 

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