A temporada de Fórmula 1 começou no fim de semana com o Grande Prêmio da Arábia Saudita, mas não sem uma grande controvérsia, já que os pilotos ameaçaram boicotar a corrida. O desconforto e a discordância sobre a decisão de seguir em frente com a corrida, apesar do bombardeio de sexta-feira, a 16 quilômetros do circuito, mais uma vez colocou as demandas comerciais contra as preocupações éticas e de segurança.
Lewis Hamilton, da Grã-Bretanha, estava entre os pilotos que expressaram suas sérias dúvidas sobre as corridas no Reino. Diz-se que o sete vezes campeão mundial foi fortemente a favor do cancelamento da corrida.
“Estou ansioso para sair”, disse Hamilton, visivelmente aliviado por nenhum incidente importante ter ocorrido. “Estou tão feliz que o fim de semana acabou. Estou tão feliz que todos estão seguros, estou ansioso para sair. Eu só quero ir para casa.”
Uma reunião de quatro horas na noite de sexta-feira evitou um boicote de pilotos à corrida. Embora os pilotos tenham sido persuadidos a correr, apesar de suas preocupações, questões sérias ainda pairam sobre o futuro do Grande Prêmio da Arábia Saudita.
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“Tínhamos muitas garantias de que, claro, seria seguro, mas depois desse fim de semana, todos os pilotos juntos, falaremos com a F1 e os chefes de equipe para ver o que acontecerá no futuro”, disse Max Verstappen, que venceu a corrida. O piloto belga-holandês confirmou que o assunto não foi encerrado e que seus colegas pilotos exigiriam mais uma vez respostas da F1 sobre o contrato com as autoridades sauditas, avaliado em US$ 900 milhões.
A corrida seguiu em frente apesar de uma série de ataques a apenas 16 quilômetros do circuito em uma instalação da Aramco. O movimento Houthi do Iêmen reivindicou a responsabilidade e prometeu realizar novos ataques “para quebrar o cerco”.
Antes da corrida do ano passado no Reino do Golfo, Hamilton expressou descontentamento com a decisão de adicionar o GP da Arábia Saudita à temporada de F1. “Eu me sinto confortável aqui? Eu não diria que me sinto”, admitiu Hamilton durante uma entrevista coletiva antes da corrida. “Mas não é minha escolha estar aqui. O esporte escolheu estar aqui.”
Tornou-se comum descrever a F1 como “Cash is King”, e isso foi uma tendência nas mídias sociais no fim de semana. A mensagem simples enfatiza a persistência do mundo esportivo em deixar de lado as preocupações éticas e de segurança para ganhos monetários no que ficou conhecido como “lavagem esportiva” do dinheiro contaminado.
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