Portuguese / English

Middle East Near You

Regime sírio cria empresas de fachada para driblar sanções

Crianças sírias entre os escombros de uma escola bombardeada por forças do regime de Bashar al-Assad, em Idlib, Síria, 11 de junho de 2021 [Izzeddin Kasim/Agência Anadolu]

O regime sírio de Bashar al-Assad está abrindo empresas de fachada para comprar ações e administrar outras marcas, com objetivo de desviar das sanções internacionais, apontaram documentos vazados pelo jornal britânico The Guardian.

Conforme a reportagem, ao menos três companhias fundadas dentro de 24 horas têm vínculos com novas empresas de fachada pertencentes a indivíduos próximos a Assad, alguns dos quais sob sanções.

No início de 2020, a União Europeia promulgou novas sanções contra oito empresários e duas entidades sírias, por conferir apoio aos crimes de Damasco, incluindo repressão brutal contra civis e sua persistente obstrução do processo político mediado pelas Nações Unidas.

Em 2011, o bloco europeu introduziu pela primeira vez medidas restritivas a indivíduos ou entidades que financiavam o regime de Assad, após a violenta repressão contra protestos pacíficos por democracia, que culminou na guerra civil.

Ao tornar opaca sua estrutura de negócios e títulos, o governo sírio dificulta a identificação de seus apoiadores diretos, a fim de contornar o embargo internacional.

LEIA: Refugiado sírio processa agência de fronteira da UE por abandoná-lo no mar

Por exemplo, Ali Najib Ibrahim é coproprietário da corporação Tele Space, que detém ações da Wafa JSC, terceira maior operadora de telecomunicações da Síria. Dentre os coproprietários da Wafa JSC está Yasar Hussein Ibrahim, chefe do escritório de finanças de Damasco e assessor do presidente, um dos indivíduos sancionados por Estados Unidos e Grã-Bretanha.

Entre outros indivíduos identificados como proprietários das empresas de fachada estão Rana Ahmad Khalis e Rita Ahmad Khalil, filhas de Ahmad Khalil Khalil, também titular da Tele Space.

Ahmad Khalil Khalis possui ainda a corporação Sanad, que provém serviços de segurança às remessas marítimas de fosfato russo até o porto de Tartus. Seu parceiro na empresa, Nasser Deeb, está sob sanções, assim como outro de seus colegas, Khodr Ali Taher.

A revolução síria teve início onze anos atrás, em meio ao contexto de Primavera Árabe. Quase 500 mil sírios morreram desde então; mais da metade da população teve de deixar suas casas.

Categorias
NotíciaOriente MédioSíria
Show Comments
Palestina: quatro mil anos de história
Show Comments