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Neto de Mandela acusa OTAN, Israel e neonazistas por alimentarem guerra na Ucrânia

Nkosi Zwelivelile em uma marcha pró-Palestina durante o mês sagrado do Ramadã em Durban em 2 de junho de 2018. [Rajeh Jantila/AFP/Getty Images]

O deputado Nkosi Zwelivelile, neto do líder da luta anti-apartheid na África do Sul e ex-presidente sul-africano, Nelson Mandela, fez duras críticas à OTAN mas também a Israel e aos neo-nazistas  ao discursar, no sábado, durante a  conferência da Rede Pan-Africana de Solidariedade Palestina em Dacar, Senegal. Sem citar o papel da Rússia, ele disse que  interesses na guerra em curso na Ucrânia e em outros países em conflitos são provocados para alimentar a indústria da guerra.

Para ele, o conflito entre a Rússia e a Ucrânia foi orquestrado nos últimos oito anos, sendo que “o complexo militar-industrial global que bate os tambores da guerra na Ucrânia alimenta uma agenda da qual eles  (donos dessa indústria bélica) são os únicos beneficiários”, disse Mandela, afirmando que esse “esforço vergonhoso” reúne os neonazistas na Ucrânia aos “cães de guerra do apartheid de Israel e os da OTAN que pretendem avançar na política da Guerra Fria.”  Também os acusou de lucrarem com as “ruínas deixadas pelas guerras no Afeganistão, Síria e Iraque”.

Ele chamou de “profunda hipocrisia, miopia da pior espécie e racismo flagrante” o modo como a guerra na Ucrânia é tratada pela comunidade internacional e a mídia, que apaga do noticiário as guerras na Síria, Iêmen e a ocupação da Palestina e tirou das manchetes o combate à covid-19.

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“Os belicistas esqueceram o sofrimento de milhões na África, a pobreza endêmica, a desigualdade e o cruel legado de cicatrizes deixadas em nosso continente por séculos de colonialismo e a pilhagem contínua de nossos recursos, especialmente por nossos antigos senhores coloniais e os novos, como o apartheid de Israel.”

Ele pediu aos participantes para “refletir profundamente sobre o que aconteceu em nosso continente e como o regime do Apartheid Israel e sua máquina de lobby sionista se infiltraram insidiosamente na psique africana e se infiltraram em nossas estruturas aberta e secretamente.”, referindo-se ao fato de que a União Africana, apesar de tudo isso, aceitou Israel como Estado observador.

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