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Iemenitas imploram por comida diante da carestia, alerta Oxfam

Bebê iemenita recebe tratamento para desnutrição em um hospital de Sanaa, capital do Iêmen, 13 de março de 2022 [Mohammed Hamoud/Agência Anadolu]

A fome está forçando os iemenitas a implorar por suas refeições, alertou nesta quarta-feira (16) a federação beneficente Oxfam, ao observar que o país já sofria de insegurança alimentar antes do recente aumento nos preços decorrente da invasão russa na Ucrânia.

Em nota, o diretor regional da Oxfam, Ferran Puig, afirmou: “O mundo não deve lavar as mãos perante o sofrimento iemenita. Mesmo antes do conflito na Ucrânia causar carestia e ameaçar as importações, dois terços dos principais programas assistenciais já haviam sido reduzidos ou encerrados devido à falta de recursos”.

“Testemunhamos o efeito disso: a desnutrição que vemos dia após dia é aterradora, cada vez mais pessoas são reduzidas à indigência e já tivemos de cortar alguns serviços”, reiterou Puig.

Aqueles que antes tinham segurança e meios de prover a si e suas famílias já não podem mais fazê-lo. Há uma crise energética, cambial e sanitaria. O país respira por aparelhos.

Puig instou a comunidade internacional a “agir para salvar o Iêmen, negociar a paz e permitir uma recuperação duradoura”.

Nesta quarta-feira (16), a Organização das Nações Unidas (ONU) confirmou que 36 doadores se comprometeram em encaminhar US$1.3 bilhões ao programa humanitário iemenita para o ano fiscal de 2022.

O Secretário-Geral da ONU António Guterres solicitou US$4.27 bilhões em doações durante a última conferência sobre o assunto — ou seja, o orçamento real para que o programa alcance 17.3 milhões de pessoas em necessidade urgente.

O Iêmen é assolado por confrontos entre tropas do governo reconhecido internacionalmente, com apoio de uma coalizão saudita, e rebeldes houthis, ligados a Teerã, que capturaram áreas substanciais do país, incluindo a capital Sanaa, em setembro de 2014.

A guerra ceifou 377 mil vidas e custou US$126 bilhões à economia iemenita, até dezembro de 2021, segundo estimativas das Nações Unidas. A maioria da população — cerca de 30 milhões de pessoas — tornou-se dependente de ajuda para sobreviver.

A situação é descrita como uma das piores crises humanitárias do mundo.

LEIA: Iêmen tornou-se ‘emergência crônica’, afirma enviado da ONU

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