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Rússia lança ‘invasão de larga escala’ contra Ucrânia; diversos mortos durante a madrugada

Uma vista da rua vazia no centro de Odessa, na Ucrânia, após a operação militar da Rússia na Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022. [Stringer/Anadolu]

Segundo informações, diversas pessoas foram mortas durante a madrugada desta quinta-feira (24), após Moscou lançar uma “operação militar especial” contra a Ucrânia, como descreveu o presidente russo Vladimir Putin.

Em discurso televisionado, Putin afirmou que a ofensiva busca “desmilitarizar e desnazificar” o território vizinho.

Mísseis e explosões foram avistados em diversas partes da Ucrânia, incluindo na capital Kiev e na cidade de Kharkiv, no nordeste do país. Conforme o oficial ucraniano Anton Herashchenko, ao menos sete pessoas foram mortas pelos ataques aéreos.

Herashchenko relatou que seis pessoas foram mortas e sete ficaram feridas após um ataque contra uma base militar próxima ao porto de Odessa, no Mar Negro. A sétima vítima faleceu devido a um bombardeio em Mariupol.

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A agência de notícias russa Interfax corroborou ataques aéreos contra uma base de drones armados de modelo Bayraktar — fabricados na Turquia —, na região de Donbass, território reconhecido como parte da Ucrânia, contudo, sob intervenção russa.

No início de fevereiro, Kiev e Ancara assinaram uma série de acordos, incluindo ampliação das capacidades de produção de drones turcos, empregados no último ano contra separatistas da província de Donbass — por sua vez, apoiados pela Rússia.

No Facebook, o Ministro da Defesa da Ucrânia Oleksii Reznikov pediu a todos os cidadãos que possam pegar em armas para juntarem-se às fileiras do exército contra a invasão.

Nesta quinta-feira, o Emir do Catar Tamim bin Hamad al-Thani recebeu um telefonema do presidente ucraniano Volodymyr Zelensky para informá-lo dos últimos acontecimentos na região, observou a imprensa estatal do país árabe.

Al-Thani pediu às partes envolvidas que exerçam comedimento e solucionem a crise via meios diplomáticos, conforme comunicado de seu regime.

O Irã exortou seus cidadãos radicados na Ucrânia que deixem o país, de acordo com a rede de notícias semi-oficial Isna. A embaixada iraniana em Kiev trabalha agora para autorizar voos de evacuação, dado que o espaço aéreo ucraniano permanece fechado.

Apelo à Turquia

Em entrevista para a televisão local, o embaixador ucraniano em Ancara, Vasyl Bodnar, solicitou ao presidente turco Recep Tayyip Erdogan que feche seu espaço aéreo e o Estreito de Bósforo a aeronaves e navios russos, respectivamente.

“Pedimos a nosso parceiro estratégico, a Turquia, que nos apoie nestes tempos difíceis”, insistiu Bodnar. “Pedimos à Turquia que feche seu espaço aéreo a aeronaves russas e feche Dardanelos e Bósforo a embarcações russas”.

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Além disso, o Ministro de Relações Exteriores da Ucrânia Dmytro Kuleba advertiu: “Não se trata de uma invasão da Rússia somente ao leste de nosso país, mas sim uma ofensiva de larga escala de múltiplas direções”.

O chanceler implorou à Organização das Nações Unidas (ONU) a “fazer todo o possível” para interromper o ataque. Não obstante, reafirmou no Twitter: “A Ucrânia mantêm seus dois pés firmes sobre o solo para se defender”.

A Turquia busca preservar sua aliança com ambos os lados e prometeu reunir o Conselho de Segurança Nacional para debater a matéria.

O Ministério de Relações Exteriores em Ancara anunciou também estudar medidas para conferir apoio à evacuação de cidadãos turcos radicados na Ucrânia. No entanto, advertiu a comunidade a permanecer em suas casas e evitar viagens, no presente momento.

Na manhã desta quinta-feira, a companhia Turkish Airlines confirmou o cancelamento de todos os voos ao país europeu, devido ao fechamento do espaço aéreo ucraniano.

Traduzido do Middle East Eye

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