Diversos oficiais de alto escalão do Movimento Islâmico do Sul, radicado em Israel — isto é, no território ocupado durante a Nakba ou “catástrofe”, via limpeza étnica, em 1948 — expressaram desconcentamento com seu atual líder, o parlamentar Mansour Abbas, devido a posturas que supostamente contradizem seus princípios fundadores.
As informações são da agência de notícias Safa.
Segundo detratores, Abbas adotou a narrativa sionista sobre a ocupação, sobretudo ao rejeitar o relatório da Anistia Internacional que concluiu que Israel é um estado de apartheid. “Israel nasceu como estado judeu e permanecerá como estado judeu”, alegou o membro árabe do Knesset; postura que enfureceu seus correligionários.
Israel aprova Lei do Estado-Nação e torna-se oficialmente um regime de apartheid [Sabaaneh/Monitor do Oriente Médio]
“O Movimento Islâmico rechaça os comentários de Mansour Abbas sobre o relatório da Anistia Internacional, além dos esforços de normalização com Israel e seu caráter como estado judeu”, reiterou Ibrahim Sarsour, veterano do grupo.
“Abbas abandonou nossos princípios nacionais e religiosos”, acrescentou Sarsour.
Talab al-Sanei, político palestino que serviu como membro do Knesset, comentou à agência Safa que as divergências no Movimento Islâmico do Sul prenunciam outra cisão.
Segundo al-Sanei, envolver-se na política sionista demanda adaptação. “Abbas se curva agora para obter consentimento de seus mestres israelenses”, enfatizou o ex-parlamentar.
