Israel recusa pedido da Ucrânia para comprar sistema antimísseis Domo de Ferro

Israel recusou a venda de unidades do sistema antimísseis Domo de Ferro à Ucrânia, a fim de evitar atritos com a Rússia, reportou o jornalista israelense Nadav Eyal, em coluna ao Yedioth Ahronoth, segundo informações da agência de notícias Anadolu.

“Em esforço para evitar, a todo custo, seu envolvimento na crise russo-ucraniana, Tel Aviv recusou-se a vender seu sistema de defesa Domo de Ferro a Kiev, para não incomodar os russos”, escreveu o conhecido autor e articulista.

Israel teme ser arrastado ao conflito devido à “presença russa na Síria, o que significa que ambos os países, na prática, compartilham da fronteira”.

Segundo Eyal, a Ucrânia submeteu seu pedido primeiramente aos Estados Unidos, dado que o sistema antimísseis “foi desenvolvido por Israel em conjunto com o Pentágono”.

“Kiev deu início a uma campanha sobre os parlamentares de Washington, para viabilizar o acordo”, acrescentou. “Os ucranianos solicitaram formalmente o destacamento de mísseis Patriot e do Domo de Ferro a seu território, no último ano, antes da invasão tornar-se uma possibilidade concreta”.

Contudo, o acordo israelo-americano “não permite a venda de tecnologia a terceiros sem consentimento mútuo”, reafirmou o colunista.

LEIA: Israel e Marrocos acertam acordo de mísseis de defesa de US$ 500 milhões

Apesar da hesitação da Casa Branca, alguns membros do congresso “incluíram uma emenda à legislação de defesa para 2022, com o intuito de pressionar o executivo a vender ou transferir sistemas antimísseis e de defesa aérea à Ucrânia, incluindo o Domo de Ferro”.

A situação coloca Israel em uma “posição complicada”, enfatizou Eyal. Tel Aviv tem então duas alternativas: recusar o pedido de Washington ou arriscar conflitos com Moscou.

Israel utilizou o Domo de Ferro para interceptar foguetes e mísseis de curto alcance disparados por grupos da resistência palestina, radicados na Faixa de Gaza, enquanto bombardeava áreas civis do território sitiado, em maio do último ano.

Tensões entre Rússia e Ucrânia escalaram recentemente e envolveram Estados Unidos e Europa. Analistas alertam para a possibilidade de uma invasão ao território ucraniano.

Moscou encaminhou recentemente mais de cem mil soldados à região de fronteira, incitando receios de que o Kremlin possa ordenar outra intervenção militar a uma ex-república soviética, semelhante ao que aconteceu no Cazaquistão.

A Rússia, por sua vez, nega preparativos para invadir a nação vizinha, mas acusa os estados ocidentais de sabotar sua segurança, ao aproximar soldados da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) a suas fronteiras.

Sair da versão mobile