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Suíça pretende processar ex-ministro da Argélia por crimes de guerra

Ex-ministro da Defesa da Argélia, Khaled Nezzar, durante uma entrevista coletiva em Argel, em 9 de janeiro de 2016 [Ryad KramdiI/AFP via Getty Images]

O ex-ministro da Defesa da Argélia Khaled Nezzar deve ser processado na Suíça por supostos crimes de guerra cometidos na Argélia entre 1992 e 1994, informou ontem o Arabi21.

Em um comunicado, a Trial International disse: “O Gabinete do Procurador-Geral da Suíça (OAG, na sigla em inglês) conduziu a audiência final de Khaled Nezzar. O OAG afirma que vários crimes de guerra e crimes contra a humanidade foram cometidos enquanto Nezzar liderava a junta militar e servia como ministro da Defesa no início da guerra civil da Argélia”.

“O fim do processo abre caminho para que o Sr. Nezzar seja levado a julgamento perante o Tribunal Penal Federal (FCC, na sigla em inglês) por crimes graves de cumplicidade com crimes de guerra e crimes contra a humanidade, incluindo execuções extrajudiciais, tortura e desaparecimentos forçados”, explicou.

“Uma decisão formal do OAG de encaminhá-lo ao FCC para julgamento pode ser emitida muito em breve”, já que a audiência de três dias em Berna chegou ao fim.

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Cerca de 200.000 argelinos foram mortos ou desapareceram entre 1992-2000, quando Nezzar era ministro da Defesa. “As violações dos direitos humanos e das convenções internacionais foram generalizadas e o uso da tortura foi sistemático”, disse a Trial International em seu comunicado.

“Após mais de 10 anos de investigação e inúmeras reviravoltas judiciais, o fim do processo abre caminho para que Nezzar seja enviado a julgamento perante o Tribunal Criminal Federal (FCC) por crimes graves”, escreveu a Trial International em seu site.

A Trial International disse que seus crimes “constituem cumplicidade em crimes de guerra e crimes contra a humanidade, incluindo execuções extrajudiciais, tortura e desaparecimentos forçados”.

“Nós saudamos o fato de que essa longa investigação chegou ao fim, abrindo caminho para a justiça para as inúmeras vítimas da guerra civil argelina”, disse Giulia Soldan, chefe do programa Internacional de Investigações e Contencioso da organização.

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