Ao passo que o Líbano busca superar sua pior nevasca em uma década, o impacto do clima implacável expôs novamente a situação de desespero dos refugiados sírios que lutam para sobreviver no país mediterrâneo.
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Cerca de 1.5 milhões de refugiados vivem no Líbano, mas comboios assistenciais não puderam alcançar as partes mais remotas do país, reportou a televisão local, após o exército fechar vias de acesso às regiões de montanha, supostamente devido ao inverno.
A maioria dos refugiados vive em tendas improvisadas, sem isolamento, combustível ou cobertura adequada, sob temperaturas abaixo de zero durante a madrugada.
O Líbano sofre ainda de sua pior crise econômica e social desde a guerra civil, de modo que os refugiados sírios permanecem como última das prioridades do governo federal.
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A inflação atingiu severamente os preços de produtos essenciais. Conforme o Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), o colapso econômico, agravado pela pandemia de covid-19, levou 89% dos refugiados sírios no país a situação de miséria.
Além disso, segundo o Observatório de Proteção aos Refugiados, metade das crianças sírias no Líbano não tem acesso à educação, pois não há vagas para elas nas instituições públicas e suas famílias não podem arcar com o custo do ensino privado.
Desde o início do último ano, ao menos 70% dos refugiados sírios no Líbano deixaram de receber assistência humanitária.
Neste entremeio, alguns políticos querem expulsá-los do país, ao afirmar que a Síria está “segura” para seu retorno, com intuito de atenuar a pressão sobre a economia, apesar da perseguição ainda imposta pelo regime de Bashar al-Assad.
Estados europeus ecoam o sentimento, sobretudo após a Dinamarca assumir a dianteira e revogar vistos de residência a refugiados sírios.
Todavia, as atrocidades continuam, incluindo tortura, sequestro e execuções extrajudiciais contra refugiados sírios que retornaram há pouco a sua terra natal.








