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Tribunal do Iraque rejeita apelo dos partidos apoiados pelo Irã contra votação eleitoral

Juízes iraquianos participam de uma sessão do tribunal no Conselho Judicial Supremo na capital iraquiana, Bagdá, em 27 de dezembro de 2021 [Ahmad Al-Rubaye/AFP via Getty Images]

A Suprema Corte do Iraque rejeitou, na segunda-feira, os apelos apresentados por facções xiitas apoiadas pelo Irã contra os resultados de uma eleição parlamentar, disse o juiz-chefe, frustrando sua tentativa de derrubar a votação em que tiveram um péssimo desempenho, relatou a Reuters.

As facções apoiadas pelo Irã, incluindo grupos armados poderosos, alegaram irregularidades na votação de 10 de outubro.

O maior vencedor na eleição foi o movimento liderado pelo clérigo xiita Moqtada al-Sadr, um oponente da influência iraniana e norte-americana no Iraque, que conquistou 73 cadeiras, mais do que qualquer outro grupo na fragmentada Câmara de 329 assentos.

Os grupos pró-Irã conquistaram 14 cadeiras, em comparação com 48 em 2018.

Lendo a decisão de segunda-feira, o juiz-chefe Jassim Mohammed disse que as objeções ao resultado, independentemente de sua base, estavam minando o valor da votação, enfraquecendo a confiança dos eleitores e atrapalhando o processo político. A decisão foi final e vinculativa para todas as autoridades, disse ele.

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Assim que o resultado for confirmado pela Suprema Corte, são esperadas negociações entre grupos xiitas, sunitas e curdos sobre a formação de um novo governo para substituir o gabinete de saída do primeiro-ministro Mustafa al-Kadhimi.

Grupos xiitas têm dominado a política iraquiana desde a invasão liderada pelos EUA em 2003, que derrubou o ditador sunita Saddam Hussein.

Sadr disse que se aliará a quem colocar os interesses nacionais do Iraque, como fornecer serviços para a população, em primeiro lugar. Essa é uma indicação, dizem autoridades iraquianas e diplomatas ocidentais, de que ele pode excluir alguns grupos apoiados pelo Irã em favor dos partidos curdos e sunitas.

O Irã está intervindo no Iraque para conter a agitação interna desestabilizadora provocada por milícias apoiadas pelo Irã, informou a Reuters na semana passada. As ações ocorrem em um momento em que Teerã busca preservar sua profunda influência no país, ao mesmo tempo em que navega em tensas negociações sobre suas ambições nucleares com os Estados Unidos.

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