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Cisjordânia ocupada testemunha onda dolorosa de ataques de colonos israelenses

Um palestino apaga fogo em um olival que foi incendiado por colonos israelenses [Jaafar Ashtiyeh/AFP/Getty Images]
Um palestino apaga fogo em um olival que foi incendiado por colonos israelenses [Jaafar Ashtiyeh/AFP/Getty Images]

Dezenas de colonos israelenses invadiram na sexta-feira (17) a cidade de Burqa, ao norte de Nablus, na Cisjordânia ocupada, incendiaram e abriram fogo contra casas palestinas, segundo testemunhas e ativistas.

Ghassan Daghlas, que monitora as atividades dos assentamentos israelenses no norte da Cisjordânia, disse que dezenas de colonos armados atacaram Burqa, abriram fogo indiscriminadamente contra os residentes, atacaram casas e incendiaram um barraco.

Residentes palestinos fizeram um pedido de socorro aos palestinos nas vilas e cidades vizinhas para ajudá-los a repelir o ataque dos colonos. Eles se defenderam do ataque e conseguiram apagar o fogo.

Daghlas relatou que um jovem palestino sofreu um ferimento na cabeça e dezenas de outros foram tratados no local por sufocamento com gás lacrimogêneo.

Enquanto isso, colonos israelenses se reuniram na estrada Nablus-Ramallah, perto da vila de Al-Lubban ash-Sharqiya, ao sul de Nablus, e atacaram veículos palestinos com pedras, causando danos aos carros.

Isso aconteceu um dia depois que um grupo de colonos israelenses atacou veículos palestinos e bloqueou uma área de tráfego a leste de Hebron.

LEIA: Fatah pede aos palestinos que se unam contra os ataques dos colonos

Aref Jaber, um ativista local antiassentamento, explicou que dezenas de colonos se reuniram perto do assentamento israelense de Kharsina, a leste de Hebron, e atiraram pedras em veículos palestinos, causando danos a eles.

Jaber também indicou que os colonos israelenses fecharam a estrada principal que conecta Hebron com Bani Neim, Sammoa ‘e Yatta.

Ao mesmo tempo, dezenas de palestinos foram atacados com gás lacrimogêneo disparado pelas forças de ocupação israelense durante os confrontos na área de Bab Al-Zawyeh em Hebron.

As forças israelenses estacionadas no posto de controle da Rua Al-Shuhada invadiram o centro de Hebron em meio a disparos de bombas de gás lacrimogêneo e granadas de choque contra os residentes e lojas na área, gerando confrontos com os residentes. Dezenas de pessoas foram sufocadas devido à inalação de gás lacrimogêneo.

Isso ocorreu após o assassinato de um colono israelense perto do posto avançado do assentamento de Homesh, ao norte de Nablus, na noite de quinta-feira.

No mesmo dia – quinta-feira — a agência de notícias Wafa informou que forças de ocupação israelense mataram um palestino e feriram 70 outros no vilarejo de Beita, em Nablus, durante um protesto contra os assentamentos israelenses na Cisjordânia.

Alguns dias antes, soldados mataram a tiros outro homem em Nablus, após invadir sua casa. Outros dois ficaram feridos após serem atropelados por um veículo militar israelense.

O grupo israelense de direitos humanos B’Tselem declarou: “Os militares [israelenses] evitam confrontar colonos violentos por uma questão de política, embora os soldados tenham a autoridade e o dever de detê-los e prendê-los”.

O B’Tselem acrescentou: “As forças de segurança israelenses rotineiramente permitem a violência dos colonos contra os palestinos e suas propriedades. Como regra, os militares preferem remover os palestinos de suas próprias terras agrícolas ou pastagens, em vez de confrontar os colonos”.

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