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Dia de Solidariedade ao povo Palestino

Ato em solidariedade ao povo palestino. São Paulo/ Brasil [Foto Lina Bakr]
Ato em solidariedade ao povo palestino. São Paulo/ Brasil [Foto Lina Bakr]

Hoje, dia 29 de Novembro, comemora-se, internacionalmente, o dia de solidariedade ao povo Palestino. Criada pela Organização das Nações Unidas (ONU), essa data é um marco no entendimento de que a criação de um Estado a revelia da opinião da população local – os palestinos – bem como o consentimento das nações vizinhas – a Liga Árabe – é um acinte ao Direito Internacional, à autodeterminação dos povos e à estabilidade da ordem mundial. Mas a reversão desse entendimento não foi feita antes da constatação de que o plano da criação do Estado de Israel, só gerou mais destruição, invés de ser um instrumento de reparação histórica; só gerou mais vítimas, mais inocentes feridos, invés de ser um exemplo de civilidade em superação à barbárie.

Neste grandioso dia,  deve-se relembrar o que é a Nakba – palavra em árabe que significa catástrofe – que é utilizada para explicar o que passam os palestinos desde o dia 15 de maio de 1948, há 73 anos, quando a resolução 181, da ONU foi colocada em prática, e que previa, a criação de dois Estados, de Israel e da Palestina, com capital em Jerusalém. Porém, o Estado palestino nunca foi implementado, e de maneira mais gravosa, os limites territoriais impostos pela RES 181 nunca foram respeitados. Nesta data, portanto, devemos dar voz àqueles que têm, todos os seus direitos subtraídos, do direito à igualdade, à soberania, à dignidade humana, ao direito de retorno, à liberdade, ao direito de expressão, ao direito ao julgamento justo, imparcial  e com direito a ampla defesa. Dar voz a esses sujeitos é sintetizado, por sua vez, na voz palestina.

LEIA: Relembrando a Nakba

Assim, essa data, no entanto, não pode ser entendida como o dia em que postamos palavras bonitas de esperança e defesa da justiça nas nossas redes sociais, ela deve ir além. Ela não pode ser um dia em que pessoas utilizem do sofrimento alheio para se promoverem em círculos sociais, ao se auto proclamarem “amigos da causa”. Essa data deve ser estendida para luta diária, tornando-a perene e não efêmera como alguns tanto desejam. O dia da solideriedade ao povo palestino deve tocar a todos, sem exceção, que defendem um mundo mais justo, livre em qualquer parte do globo, não importando quem é que seja e aonde esteja. Pois a castátrofe que incide sobre a Palestina – a segregação, o tratamento desumano e o Apartheid – existe de diversas maneiras, em diferentes contextos, sob diversas óticas ao redor do mundo, e lutar contra elas também é fortalecer a luta do povo palestino.

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As opiniões expressas neste artigo são de responsabilidade do autor e não refletem necessariamente a política editorial do Middle East Monitor.

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