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Rússia critica EUA por ameaçar escalada diplomática com o Irã

Mikhail Ulyanov, embaixador da Rússia para a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), deixa hotel em Viena, capital da Áustria, em meio às negociações nucleares entre Irã e potências globais, 7 de maio de 2021 [Askin Kiyagan/Agência Anadolu]
Mikhail Ulyanov, embaixador da Rússia para a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), deixa hotel em Viena, capital da Áustria, em meio às negociações nucleares entre Irã e potências globais, 7 de maio de 2021 [Askin Kiyagan/Agência Anadolu]

Nesta sexta-feira (26), a Rússia repreendeu os Estados Unidos por ameaçarem uma escalada diplomática com o Irã na Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), no próximo mês.

Washington busca pressionar a república islâmica a melhorar sua cooperação com o órgão de monitoramento das Nações Unidas, sob risco de prejudicar o diálogo abrangente para ressuscitar o acordo nuclear iraniano, assinado em 2015.

A Casa Branca ameaçou confrontar Teerã, caso não haja concessões em alguma das disputas sobre seu programa nuclear; em particular, a recusa em permitir que a AIEA restabeleça câmeras em uma instalação supostamente sabotada em meados de junho.

“Creio que isso demonstra que nossos amigos americanos perderam a paciência, mas penso que todos nós temos de controlar nossas emoções”, afirmou Mikhail Ulyanov, embaixador russo para a Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA).

“Eu não recebo bem essa declaração em particular da delegação americana”, acrescentou durante coletiva de imprensa junto de sua contraparte chinesa. “Isso não ajuda”.

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Conversas indiretas entre Washington e Teerã devem ser retomadas na segunda-feira (29), após cinco meses de hiato, que coincidiu com a posse do presidente linha-dura Ebrahim Raisi.

O acordo de 2015 previa o fim de sanções contra o regime iraniano em troca de restrições sobre suas atividades nucleares. Três anos depois, contudo, o então presidente americano Donald Trump abandonou o tratado e restituiu duras sanções contra o Irã.

Teerã respondeu ao romper uma série de restrições e reduzir o tempo necessário para obter material enriquecido a ser utilizado para uma eventual bomba atômica.

O governo iraniano nega motivações armamentistas.

“Os Estados Unidos não negociaram por tempo suficiente e se esqueceram que os iranianos não fazem nada sob pressão”, prosseguiu Ulyanov. “Em caso de pressão, haverá resistência”.

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