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EUA reiteram apoio a ‘plano de autonomia’ do Marrocos no Saara Ocidental

Secretário de Estado dos Estados Unidos Antony Blinken, 8 de setembro de 2021 [DOULIERY/AFP via Getty Images]

O Secretário de Estado dos Estados Unidos Antony Blinken reafirmou na segunda-feira (22) seu apoio ao “plano de autonomia” do Marrocos sobre o Saara Ocidental, ao descrever a iniciativa como eventual “solução política realista e duradoura” para a disputa territorial.

Ned Price, porta-voz do Departamento de Estado, confirmou em nota que Blinken encontrou-se com o chanceler marroquino Nasser Bourita na capital americana, para debater relações bilaterais, a questão saaraui e o processo de aproximação entre Marrocos e Israel.

Ambos os oficiais expressaram veemente apoio a Staffan de Mistura, enviado especial do Secretariado-Geral das Nações Unidas para o processo político no Saara Ocidental.

Blinken antecipou o primeiro aniversário da normalização israelo-marroquina, sob acordo assinado em 22 de dezembro de 2020, em troca do reconhecimento americano da soberania da coroa sobre o Saara Ocidental, sob esforços do então presidente Donald Trump.

O Marrocos permanece em conflito com separatistas da Frente Polisário desde 1975, quando encerrou-se a colonização espanhola. A situação escalou para um confronto armado, que durou até 1991, quando foi então assinado um acordo de cessar-fogo.

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A monarquia insiste em seu direito de governar a região, mas propôs autonomia ao Saara Ocidental desde que preservada sua soberania. Por sua parte, o movimento saaraui reivindica um referendo para decidir o futuro da região, com apoio argelino.

O armistício de 1991 chegou ao fim no último ano, após o Marrocos retomar operações militares na travessia de Guergarat, zona neutra estabelecida entre o território da coroa e a autodeclarada República Árabe Saaraui Democrática.

Às Nações Unidas, o líder saaraui Brahim Ghali denunciou as medidas como provocação, ao prejudicar “não apenas o cessar-fogo … mas também quaisquer chances de conquistar uma paz duradoura na questão da descolonização do Saara Ocidental”.

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