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Israel é uma ‘colônia’ controlada pelos assentamentos, afirma articulista israelense

Primeiro-Ministro de Israel Naftali Bennett em Jerusalém ocupada, 12 de outubro de 2021 [Kobi Wolf/Bloomberg via Getty Images]

Israel é uma “colônia” controlada por representantes dos assentamentos, em detrimento dos direitos palestinos nos territórios ocupados, escreveu nesta quinta-feira (21) Zvi Bar’el, proeminente articulista sobre Oriente Médio, ao jornal israelense Haaretz.

No texto, Bar’el referiu-se à onda de criminalidade nas comunidades palestinas dentro de Israel — isto é, nos territórios expropriados durante a Nakba, via limpeza étnica, em 1948 —, ao compará-la com ataques de colonos ilegais na Cisjordânia e Jerusalém ocupada.

Recentemente, o Primeiro-Ministro Naftali Bennett e seu Ministro da Justiça Gideon Sa’ar responderam a mais de cem assassinatos cometidos nas comunidades palestinas em Israel com expressões como “Estamos em guerra” ou “Só podemos gargalhar!”

Argumentou Bar’el: “[Israel] alimenta-se da morte dos árabes , um desdém criminoso sobre seus direitos civis, além de abusos humanitários e roubo de terras; enquanto isso, milícias armadas controlam o interior do país … sob escolta do estado”.

Segundo Bar’el, neste contexto, qualquer envolvimento do serviço de segurança interna Shin Bet no combate ao crime entre as comunidades árabe-israelenses decorre do “medo de que tais políticas possam prejudicar também os cidadãos judeus de Israel”.

O articulista abordou ainda as “milícias judaicas”, isto é, gangues de colonos ilegais cujos líderes “intervêm no governo, no Knesset [Parlamento] e na Suprema Corte”. Como resultado, as condolências às comunidades árabes de Sa’ar e Bennett nada significam.

De acordo com Bar’el, a violência de “bandidos das colinas” tornou-se causa compartilhada com a criminalidade nas comunidades árabe-israelenses em um cenário de tensão social e colonização no autodenominado estado judeu.

LEIA: Criminalidade contra os árabes aumenta, em meio ao fracasso israelense em combatê-lo

“Ninguém declarou guerra contra tais milícias, nenhum policial entra em suas casas sem bater, não é preciso que obtenham suas armas clandestinamente ou as roubem do exército”, destacou o articulista israelense. “É tudo feito com permissão e autoridade”.

Dessa forma, concluiu Bar’el: “Se alguém na polícia ou no Shin Bet pressupor que ações mais efetivas podem ser tomadas contra aqueles que atiram contra os palestinos, destroem suas colheitas e espancam suas crianças, tais milícias saberão como deixar claro onde está a fronteira entre o Estado de Israel e o estado colonial judaico. Como diz o jargão, o que acontece em Israel fica em Israel”.

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