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Egito assina 14 acordos com Governo de União da Líbia

17 de setembro de 2021, às 13h31

Premiê líbio em exercício, Abdulhamid Dbeibah (na mesa, à direita), reúne-se com o premiê egípcio Mostafa Madbouly (à esquerda), em Trípoli, Líbia, 20 de abril de 2021 [AFP via Getty Images]

O regime egípcio de Abdel Fattah el-Sisi e o Governo de União Nacional instaurado na Líbia assinaram uma série de acordos de cooperação e contratos de infraestrutura nesta quinta-feira (16), segundo informações da agência Reuters.

Embora o futuro político em Trípoli ainda seja incerto, os tratados são o sinal mais recente de re-engajamento do Cairo, após anos de apoio às milícias orientais lideradas pelo general renegado Khalifa Haftar, no conflito que dividiu o país.

A Líbia representava um mercado majoritário a empresas e trabalhadores do Egito antes dos levantes em ambos os países, que culminaram com a queda dos ditadores Muammar Gaddafi e Hosni Mubarak, respectivamente, em 2011.

Os 14 memorandos de entendimento assinados pelo premiê líbio Abdulhamid Dbeibah durante visita ao Cairo cobrem setores da indústria, hidrocarbonetos, agricultura, comunicação e aviação civil, segundo comunicado do gabinete egípcio.

Os contratos incluem um anel viário em torno da capital líbia, uma rodovia sul-leste entre as cidades de Jalu e Ajdabiya e obras e suprimentos a duas usinas de gás natural.

LEIA: Sisi encontra-se com presidente do parlamento líbio e Haftar no Cairo

Entretanto, os valores acordados não foram declarados.

Ainda antes, Dbeibah reuniu-se com o presidente e general egípcio, que reafirmou as expectativas de seu governo de fortalecer a estabilidade na Líbia e ofereceu apoio às eleições nacionais marcadas para o fim deste ano.

Na terça-feira (14), não obstante, Sisi também recebeu Khalifa Haftar e Agilah Saleh — chefe do parlamento alternativo instalado no leste da Líbia.

Ambos são vistos como ameaça aos planos da ONU para realizar eleições livres no país norte-africano. Sisi exortou a todos — incluindo Dbeibah — a manter o cronograma eleitoral, alegaram duas fontes da inteligência egípcia.