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Presidente do PTB, Roberto Jefferson, é preso por ataque contra a democracia

Presidente Nacional do PTB, Roberto Jefferson, fala à imprensa após reunião com o presidente Michel Temer, no Palácio do Planalto, em 7 de junho de 2017 [Valter Campanato/Agência Brasil]

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), decretou a prisão preventiva do presidente do PTB, Roberto Jefferson, investigado no inquérito da Polícia Federal que apura a atuação de “organização criminosa, de forte atuação digital e com núcleos de produção, publicação, financiamento e político que atua com a nítida finalidade de atentar contra a democracia e o Estado Democrático de Direito”.

O ministro Alexandre de Moraes, emitiu a ordem dentro do chamado inquérito da milícia digital, e também determinou o bloqueio de conteúdos postados por Jefferson em redes sociais, a apreensão de armas e acesso a mídias de armazenamento.

“A Polícia Federal foi à casa de minha ex-mulher, mãe de meus filhos, com ordem de prisão contra mim e busca e apreensão. Vamos ver de onde parte essa canalhice”, escreveu o ex-deputado durante a manhã. Ele também mandou um áudio, divulgado pelo Poder 360, xingando Moraes.

O ex-deputado federal já está na Superintendência da Polícia Federal, no centro do Rio de Janeiro, após ter sido preso na sua casa hoje, na região serrana do Rio. A previsão, segundo a Agência Brasil, é que ele seja levado para a Cadeia Pública José Frederico Marques, em Benfica, onde será feita a triagem para sua entrada no sistema prisional do Rio.

“A medida tem o objetivo de aprofundar as investigações que apuram organização criminosa, caracterizada por ampla atuação digital, que atua com a finalidade de atentar contra o Estado Democrático de Direito. O grupo seria formado por núcleos político, de produção, publicação e financiamento”, afirmou a Polícia Federal em nota. Foram identificadas provas de eventual prática dos crimes de calúnia, difamação, injúria, incitação ao crime, apologia ao crime ou criminoso, associação criminosa, denunciação caluniosa, “todos do Código Penal, bem como os delitos previstos no Artigo 20, § 2º, da Lei 7.716/89; e 2º da Lei 12.850/13; nos artigos. 17, 22, I, e 23, I, da Lei de Segurança Nacional (Lei 7.170/83) e o previsto no Artigo 326-A da Lei 4.737/65 (Código Eleitoral)”.

Em nota, o Diretório Nacional do PTB manifestou “incredulidade” e surpresa com a prisão de seu presidente, Roberto Jefferson, considerando arbitrária a medida.

“O ato demonstra, mais uma vez, a tentativa de censurar o presidente da legenda, impedindo-o de exercer seu direito à liberdade de opinião e expressão por meio das redes sociais”, diz o PTB, que afirma esperar que “a Justiça veja o quão absurdo é este encarceramento e que aguarda os desdobramentos futuros para se pronunciar sobre as medidas a serem adotadas”.

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Nesta terça-feira, 10, no dia do desfile militar em Brasília e da votação da PEC do voto impresso na Câmara, Roberto Jefferson afirmou, em um vídeo, que sem o voto impresso as eleições de 2022 não seriam realizadas.

“Ouçam o rufar dos tambores. Garantidores da lei e da ordem. O começo da democracia, a garantia. O braço forte está dizendo o quê? Se não houver voto impresso e contagem pública de votos, não haverá eleição ano que vem”, afirma Jefferson. Ele também ataca o presidente do Tribunal Superior Eleitoral, Luís Roberto Barroso, relatou a coluna de Mônica Bergamo. “O Barroso pode até zangar, bater o pezinho. Né, Barroso. Mas se não tiver voto impresso e contagem pública não terá eleição ano que vem. Ouça o rufar dos tambores”.

“Fraude, chega. Nós não vamos mais permitir. A eleição será limpa. Não vamos permitir que a esquerda cavalgando na carcunda do Tribunal Superior Eleitoral defraude a eleição. Povo do Brasil, ouça o rufar dos tambores”, segue Jefferson. “O que diz o garantidor da lei e da ordem. Democracia, voto impresso e contagem pública. Barroso, eu duvido que você vai enfrentar essa posição. Não adianta chilique, porque será assim”

Nas redes sociais, o líder da Minoria na Câmara dos Deputados, Marcelo Freixo (PSB-RJ), postou sobre a prisão afirmando “que Carlos Bolsonaro siga o mesmo caminho de Roberto Jefferson”.

Freixo disse para a coluna de Leonardo Sakamoto que a prisão “não deixa de ser um recado para Carluxo, que não só já é investigado pelas rachadinhas, o que atinge toda a família Bolsonaro porque isso não uma exclusividade dele, mas por ser um dos mais ativos na produção de mentiras nas redes sociais”.

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