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Regime sírio queimou e ocultou corpos em valas comuns, aponta vídeo

Bombardeios executados pelo regime sírio de Bashar al-Assad contra áreas residenciais de Daara, em 14 de junho de 2017 [Muhammed Yusuf/Agência Anadolu]
Bombardeios executados pelo regime sírio de Bashar al-Assad contra áreas residenciais de Daara, em 14 de junho de 2017 [Muhammed Yusuf/Agência Anadolu]

Um vídeo que emergiu recentemente expôs como prática a queima de corpos de prisioneiros do regime sírio de Bashar al-Assad por suas forças de segurança.

A rede de oposição Zaman al-Wasl afirmou ter obtido imagens exclusivas de tropas sírias incendiando cadáveres em valas comuns perto de al-Masmiya, na província de Daraa, sul do país. Segundo as informações, o registro data do período entre 2011 e 2013.

Uma fonte revelou à agência que até cem corpos eram carbonizados diariamente, como parte de uma operação conduzida pelos serviços de segurança e inteligência.

Conforme o relato, prisioneiros torturados e executados eram levados em caminhões a covas coletivas no deserto sírio, onde soldados despejavam gasolina para incendiá-los.

O vídeo — que contém imagens fortes — retrata um crime flagrante de lesa-humanidade e foi publicado nesta quarta-feira (11) no YouTube, até ser removido do site.

Vídeo mostra soldados de Assad carbonizando corpos de prisioneiros na Síria

A queima dos mortos explica, não obstante, o desaparecimento de dezenas de milhares de cidadãos sírios na última década de guerra civil e mesmo antes, à medida que Assad consolidava-se no poder e reprimia manifestações por democracia.

Algumas famílias conseguiram localizar, visitar e — eventualmente — libertar seus entes detidos, em troca de propinas extorsivas e outros mecanismos escusos. Porém, muitos outros permanecem desaparecidos na vasta rede carcerária do regime.

No último ano, surgiram evidências de que ao menos 14 mil sírios foram torturados até a morte desde 2011, quase todos executados pelas forças de Assad.

Alguns poucos corpos foram devolvidos às famílias para serem enterrados; no entanto, as marcas explícitas de tortura têm como objetivo intimidá-las e aterrorizá-las.

O vídeo recente — que demonstra método — sugere ainda que outras valas comuns, com corpos carbonizados, estejam espalhadas por todo o país.

LEIA: Estado Islâmico mata seis soldados do regime sírio

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