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Anistia urge Egito a investigar execuções extrajudiciais registradas em vídeo

6 de agosto de 2021, às 15h56

Soldados egípcios, 9 de maio de 2017 [Mohammed Bendari/Apaimages]

Nesta quinta-feira (5), a Anistia Internacional exortou o Egito a investigar um vídeo publicitário divulgado pelo exército nacional no qual indivíduos são baleados e mortos durante uma operação na província do Sinai do Norte.

“A Promotoria Pública do Egito deve investigar urgentemente o que parece ser uma série de execuções extrajudiciais perpetradas pelo exército no Sinai do Norte”, declarou a proeminente organização de direitos humanos, em comunicado.

O vídeo divulgado pelo porta-voz das forças armadas do país árabe em 1° de agosto pretendia conceder uma atualização sobre operações conduzidas contra supostos “terroristas”.

Entretanto, segundo a Anistia, registra o momento em que um soldado atira à queima-roupa contra uma pessoa dormindo, em uma tenda improvisada na região árida. Outro vídeo mostra um homem desarmado sendo cravejado de balas, em fuga no deserto.

No vídeo, o narrador celebra a morte de 89 supostos militantes pelo exército egípcio na região, em um período de tempo não especificado.

https://twitter.com/EgyArmySpox/status/1421808673781919751?ref_src=twsrc%5Etfw%7Ctwcamp%5Etweetembed%7Ctwterm%5E1421808673781919751%7Ctwgr%5E%7Ctwcon%5Es1_&ref_url=https%3A%2F%2Fwww.middleeastmonitor.com%2F20210806-amnesty-calls-on-egypt-to-probe-extrajudicial-executions-seen-in-army-video%2F

Vídeo do exército egípcio celebra execuções extrajudiciais

“O vídeo profundamente perturbador da propaganda militar do Egito, que comemora o assassinato a sangue frio de dois indivíduos desarmados, sem qualquer ameaça clara à vida de outros, fornece um relance dos crimes aterradores cometidos em nome da luta ao terrorismo no país”, declarou Philip Luther, diretor regional da Anistia Internacional.

“Dada a gravidade das violações cometidas com impunidade no Egito, como registradas neste vídeo, os Estados Unidos devem condicionar a liberação de recursos militares ao país — um dos maiores e mais longevos recipientes do pacote — a medidas práticas para encerrar abusos de direitos humanos e responsabilizar os culpados”, reiterou Luther.

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