Marrocos julga o jornalista Omar Radi em sessão fechada

Ativistas condenam a decisão do juiz marroquino de realizar o julgamento do jornalista e ativista dos direitos humanos Omar Radi em uma sessão fechada ontem. O juiz afirmou que a decisão foi “por respeito à reputação do queixoso”.

Radi, 34 anos, está sendo processado por agressão sexual com base em uma queixa apresentada por uma de suas colegas do sexo feminino, que confirmou seu relato perante o tribunal e negou “quaisquer motivos políticos” por trás de suas alegações, segundo declarações feitas ontem por seu advogado de defesa, Abdel Karim Malih, à Agência France-Presse (AFP).

A autora pediu um milhão de dirham em indenização (US$111.000).

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Radi, entretanto, disse que sua relação era “consensual”, com sua defesa argumentando que não há meios de provar a acusação.

Ele também enfrenta uma acusação de estupro junto com o colega jornalista Imad Stitou, 32 anos. Stitou foi testemunha em apoio às declarações de Radi, porém as autoridades o acusaram posteriormente no caso.

Segundo a AFP, Stitou confirmou o relato de Radi no tribunal, pois os dois jornalistas estão sendo perseguidos juntos em outro julgamento sob a acusação de “embriaguez pública”.

Radi, conhecido por sua visão crítica das autoridades, também enfrenta uma acusação de espionagem baseada em sua relação com as duas empresas britânicas, G3 para inteligência estratégica e K2 para consultoria econômica, além de ter vínculos com um cidadão belga chamado Arnold Simon que trabalhou anteriormente na embaixada holandesa em Rabat.

O jornalista explicou ao tribunal que ele trabalhou com as duas empresas para concluir dois estudos sobre investimento em uma empresa marroquina e o plantio de palmeiras. Entretanto, o Ministério Público confirmou na sexta-feira que as autoridades acreditam que as relações estavam relacionadas à espionagem.

Simon solicitou ao juiz que lhe concedesse permissão para comparecer no tribunal, mas isto foi recusado.

Radi foi preso após um relatório emitido pela Anistia Internacional acusando as autoridades de “espionagem em seu telefone”, o que Rabat negou veementemente.

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