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Regime sírio matou 5.200 pessoas em um hospital de Homs, revelam documentos

Hospital de campo em Qusayr, na província de Homs, região central da Síria, após ataques do regime de Bashar al-Assad, em 6 de junho de 2013 [AFP via Getty Images]

Novos documentos revelaram que mais de 5.200 pessoas foram mortas por ações do regime sírio em um hospital na cidade de Homs, o que amplia o escopo das evidências de crimes de guerra e lesa-humanidade ordenados pelo presidente Bashar al-Assad.

Em coletiva de imprensa no sábado (10), na cidade de Istambul, a Coalizão da Oposição Síria (COS) apresentou documentos que demonstram crimes do regime que resultaram na morte de 5.210 civis no hospital de Abdul Qader al-Shaqfa, no distrito de al-Waer.

Segundo a agência turca Anadolu, Nasr al-Hariri, presidente da coalizão síria na diáspora, reiterou que os documentos foram emitidos pelo regime de Assad, sob carimbo das forças militares, médicos legistas e a administração do hospital.

As evidências foram supostamente vazadas por um ex-funcionário de al-Shaqfa, que agora vive no território mantido pela oposição.

Não foram divulgados detalhes sobre quando e como ocorreram as mortes, mas com base no histórico do regime, casos de tortura são bastante prováveis.

Dois anos atrás, revelou-se que forças de segurança torturaram e executaram mais de seis mil pessoas no hospital militar de al-Mezzeh, perto da capital Damasco, dentro de apenas 21 meses. O local ganhou o infame apelido de “abatedouro”.

LEIA: 14.400 pessoas foram torturadas até a morte na Síria, durante a guerra civil

Em 2020, um médico sírio que trabalhava em um hospital militar em Homs — então radicado na Alemanha — foi denunciado por auxiliar tortura e assassinato de diversos pacientes.

Métodos documentados incluem suspender medicamentos, atirar contra partes do corpo, deixar feridas abertas e atear fogo nos órgãos genitais das vítimas.

No décimo relatório da Comissão Internacional de Inquérito sobre a República Árabe da Síria, sob coordenação das Nações Unidas, o hospital Abdul Qader al-Shaqfa foi listado como base de repressão do exército sírio contra a dissidência no país.

Al-Hariri reiterou que a oposição na diáspora deseja cooperar com o Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas, a União Europeia, os Estados Unidos e o Reino Unido para responsabilizar o regime de Assad por seus crimes de guerra.

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