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Jordânia e Hamas podem se reconciliar para enfrentar Israel

Ayman Safadi, ministro das Relações Exteriores da Jordânia [Sefa Karacan/Agência Anadolu]

A Jordânia e o Hamas podem estar à beira da reconciliação no confronto contínuo com o estado de ocupação de Israel, informou a Agência Anadolu. Isso se tornou evidente durante o último ataque israelense contra palestinos em Jerusalém e na Faixa de Gaza, com Amã expressando sua vontade de defender o povo da Palestina ocupada.

O Ministro das Relações Exteriores, Ayman Safadi, enfatizou isso em uma entrevista coletiva com seu homólogo egípcio, Sameh Shoukry, realizada em Amã, em maio. O Reino Hachemita, disse ele, tem estado em contato com o Hamas sobre este assunto.

O rei Abdullah disse há alguns dias que poderia haver uma “conspiração” contra a Jordânia e a causa palestina para neutralizar o papel do Reino no que os jordanianos vêem como parte integrante de sua identidade.

Além de sua fronteira comum, a Jordânia e a Palestina estão ligadas pelo fato de que uma grande proporção da população do Reino é de origem palestina. Além disso, cerca de dois milhões de refugiados palestinos vivem em dez campos da ONU dentro da Jordânia.

Segundo Ahmed Said Nofal, especialista em assuntos palestinos e israelenses, “as circunstâncias que impediram o governo jordaniano e o Hamas de se comunicarem não existem mais porque a agressão contra Gaza impôs novos fatores no local, o que exige abrir uma nova página com o movimento”.

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O professor de ciências políticas atribuiu estes desenvolvimentos ao fato de que o Hamas representa o povo na rua devido a sua defesa de Jerusalém ocupada e do Santuário Nobre de Al-Aqsa, na Cidade Velha. Oficialmente, Al-Aqsa está sob a tutela da Jordânia. Ao defender o santuário, o Hamas tem essencialmente apoiado o Reino em seu papel.

O Ministério de Assistência Religiosa em Amã tem a responsabilidade pelos locais santos em Jerusalém, uma posição que não foi alterada pela ocupação israelense em 1967. “O governo jordaniano está ciente de que o Hamas goza de grande popularidade, particularmente devido à resistência do movimento contra a agressão israelense, o que significa que é conveniente para a Jordânia reconstruir o relacionamento”, explicou Nofal.

“Caso as eleições presidenciais e legislativas palestinas avancem, há uma forte convicção de que o Hamas vencerá”. Ter vínculos com aqueles que podem controlar a situação no terreno seria importante para a Jordânia, acrescentou ele. “Países poderosos, incluindo os europeus e os EUA, começaram a discutir a possibilidade de relações com o Hamas, o que exige que a Jordânia seja pró-ativa, dada sua conexão histórica com a causa palestina”.

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