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Agence France Presse demite jornalista palestino na Cisjordânia

Jornalistas palestinas registram a destruição da Torre al-Jalaa, que abrigava escritórios da imprensa internacional, após ataques aéreos israelenses, na Faixa de Gaza, 15 de maio de 2021 [Mohammed Abed/AFP via Getty Images]
Jornalistas palestinas registram a destruição da Torre al-Jalaa, que abrigava escritórios da imprensa internacional, após ataques aéreos israelenses, na Faixa de Gaza, 15 de maio de 2021 [Mohammed Abed/AFP via Getty Images]

A Agence France Presse (AFP) demitiu seu correspondente palestino na Cisjordânia ocupada, reportou ontem (31) o Sindicato dos Jornalistas da Palestina. Nasser Abu Baker aparentemente perdeu seu emprego após a agência sofrer pressão israelense.

O sindicato condenou a demissão de Abu Baker ao descrevê-la como medida “arbitrária” contra um jornalista com vinte anos de experiência. “A decisão ocorreu após reiterada campanha de incitação contra Abu Baker por suas postura e atividades sindicais”, observou.

“Deve-se sobretudo ao seu envolvimento nos esforços para levar os líderes da ocupação a cortes internacionais por crimes cometidos contra jornalistas palestinos”, prosseguiu a entidade, ao descrever a medida como “deplorável”.

O sindicato reivindicou boicote de órgãos oficiais e instituições de mídia na Cisjordânia ocupada à AFP e exortou a Autoridade Palestina a revogar a validação da agência, ao considerar demissões do tipo como parte das violações à liberdade de imprensa.

LEIA: Israel continua a agredir jornalistas palestinos

Segundo a entidade profissional, Abu Baker foi submetido a uma “campanha sistemática de assédio durante os últimos cinco anos, por parte da gestão da AFP e sua diretoria atual, com o objetivo de forçá-lo a renunciar do cargo por seus esforços para defender jornalistas”.

A agência de notícias francesa ainda não comentou a declaração do sindicato palestino.

Entretanto, outras instituições de imprensa locais condenaram a demissão de Abu Baker.

O Fórum de Jornalistas Palestinos descreveu a medida como discriminação racial, destacou decorrer de pressão israelense e expressou seu apoio ao correspondente palestino.

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