Oficial da UNRWA desculpa-se por comentários sobre ataques em Gaza

Matthias Schmale, diretor de operações da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA), durante entrevista na Cidade de Gaza, 9 de março de 2020 [Mustafa Hassona/Agência Anadolu]

Matthias Schmale, diretor de operações da Agência das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina (UNRWA), desculpou-se por descrever os recentes bombardeios aéreos israelenses contra Gaza como “sofisticados” e “precisos”.

As informações são da agência Anadolu.

Declarou Schmale à emissora israelense Channel 12, no último domingo (23):

Não sou um especialista militar, mas tenho a impressão de que há uma enorme sofisticação na forma como o exército israelense conduziu seus ataques ao longo dos últimos onze dias. Sim, alvos militares não foram atingidos, salvo exceções, mas a violência e a ferocidade dos ataques foi sentida … penso então que houve precisão, mas a perda de vidas civis é inaceitável e insustentável.

Os comentários de Schmale foram repudiados por grupos de direitos humanos palestinos.

O Ministério de Relações Exteriores da Turquia os descreveu como “incorretos, infelizes e extremamente perigosos”.

Após a repercussão negativa, o oficial das Nações Unidas desculpou-se: “Lamento profundamente que meus comentários sobre a precisão dos ataques das Forças de Defesa de Israel [FDI] sejam utilizados para justificar o que não pode ser justificado”.

“O assassinato de crianças é uma violação das regulações de guerra e deve ser investigado de forma independente. Não deve haver impunidade”, escreveu no Twitter.

Prosseguiu: “Comentários recentes que fiz na televisão israelense ofenderam e machucaram aqueles que se feriram ou perderam amigos e familiares durante a guerra que há pouco acabou. Lamento profundamente ter lhes causado dor”.

Uma trégua mediada pelo Egito entrou em vigor em 21 de maio, após onze dias de ataques aéreos israelenses contra a Faixa de Gaza.

O massacre em Gaza e na Cisjordânia matou ao menos 288 pessoas, incluindo mulheres e crianças, e deixou uma enorme devastação. Centros de saúde, escritórios de imprensa, escolas e outras instalações de infraestrutura civil foram destruídos.

Os ataques israelenses constituem crime de guerra, corroborou o Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas.

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