Residentes de Sheikh Jarrah rejeitam ordem judicial para negociar com colonos

Colonos ilegais israelenses atiram objetos contra famílias palestinas dos telhados de casas ocupadas em Sheikh Jarrah, no momento do jantar do Ramadã, mês sagrado islâmico marcado pela prática do jejum; Israel quer expulsar os residentes árabes de suas casas, em Jerusalém Oriental, 6 de maio de 2021 [Mostafa Alkharouf/Agência Anadolu]

Famílias palestinas que enfrentam a expulsão à força do bairro de Sheikh Jarrah, em Jerusalém Oriental ocupada, rejeitaram ontem (6) a “proposta” da Suprema Corte de Israel para alcançar um acordo com colonos ilegais sobre a propriedade de suas casas.

No domingo (2), o judiciário israelense deu às famílias até quinta-feira para aceitar um acordo com a ocupação, segundo o qual teriam de pagar aluguel aos colonos ilegais por suas próprias casas, até que a posse fosse transferida aos colonos e não aos herdeiros por direito.

Sami Irsheid, advogado das famílias de Sheikh Jarrah, anunciou ter informado à corte que nenhum acordo foi alcançado sobre a suposta reivindicação de posse da ocupação, de modo que os residentes palestinos ainda aguardam uma decisão da justiça.

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O advogado reiterou que as famílias submeteram um novo pedido de recurso a fim de obter mais informações para confirmar a propriedade de terras e casas em Sheikh Jarrah.

A União Europeia exortou Israel a cancelar sua decisão de construir novas unidades de assentamentos ilegais nos territórios palestinos e alertou o regime sionista das consequências de deslocar à força os nativos e residentes palestinos de Jerusalém ocupada.

Em 2020, a Corte Distrital de Israel em Jerusalém decidiu despejar doze famílias palestinas de suas casas em Sheikh Jarrah para substituí-las por colonos sionistas.

Aref Hammad, porta-voz das famílias de Sheikh Jarrah, destacou que as famílias entraram com recurso na Suprema Corte, onde três juízes supostamente deverão analisar o caso, apesar de apenas uma indicação à mesa decisora ser anunciada até então.

“A juíza sugeriu negociarmos com os colonos, mas não propôs alternativa”, enfatizou Hammad.

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