Parlamentares responsabilizam ministro dos transportes do Egito por acidente de trem

Vários parlamentares egípcios exigem que o ministro dos Transportes, Kamel Al-Wazir, seja responsabilizado pela morte de onze pessoas em mais um acidente de trem, desta vez na província de Qalyubia.

O deputado do Partido Democrático Egípcio, Freddy Al-Bayadi, pediu ao primeiro-ministro Moustafa Madbouly e ao ministro dos Transportes “que tomem as medidas necessárias para desenvolver a gestão da instalação ferroviária de acordo com os padrões de segurança e qualidade”.

Al-Bayadi chamou a atenção para um comunicado divulgado pelas autoridades do governo de Qalyubia, segundo o qual a causa do acidente foi a velocidade excessiva do trem.

As demandas dos parlamentares se somam ao crescente descontentamento público com a falta de respostas sobre por que há tantos acidentes rodoviários e ferroviários no Egito.

Após o acidente em Sohag, os egípcios conclamaram o ministro dos Transportes a renunciar e a raiva aumentou ainda mais depois que as autoridades culparam os funcionários mais novos.

Usuários de mídia social questionaram por que a Autoridade Ferroviária não foi responsabilizada e nem o ministro Kamel Al-Wazir. Ele já havia emitido instruções para treinar os motoristas a dirigir rápido e desativar os dispositivos ATC, que controlam a velocidade do trem. Aos pedidos para que seja demitido, ele respondeu: “Por que um ministro deveria sair quando ocorrem problemas em seu ministério?”

O MP pediu a revisão do orçamento geral do estado e do valor destinado à restauração da linha férrea.

Nas últimas semanas, o Egito foi atingido por uma série de acidentes de trem.

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Em 26 de março, dois trens colidiram na província de Sohag, ao sul da capital Cairo, matando 20 pessoas e ferindo outras centenas.

Então, em meados de abril, um trem que viajava do Cairo descarrilou na província de Sharqia, ferindo 15 pessoas.

As ferrovias do Egito estão dilapidadas e precisam urgentemente de restauração. Os críticos dizem que centenas de mortes poderiam ser evitadas se o dinheiro fosse gasto na restauração da pista, mas o governo repetidamente falhou em fazer os investimentos necessários.

Entre 2013 e 2019 ocorreram mais de dez mil acidentes ferroviários, de acordo com a Agência Central de Mobilização Pública e Estatística.

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