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Houthis mataram e feriram mais de 3.500 professores em seis anos, denuncia sindicato

16 de abril de 2021, às 09h45

Houthis inspecionam armas em caminhões militares durante reunião tribal, em Sanaa, capital do Iêmen, 1° de agosto de 2019 [Mohammed Hamoud/Getty Images]

O movimento rebelde houthi matou e feriu mais de 3.500 professores iemenitas ao longo dos últimos seis anos, após capturar grande parte do país, incluindo a capital Sanaa.

O documento registra os crimes e violações cometidos pelo grupo paramilitar contra profissionais da educação em áreas mantidas sob seu controle.

Segundo o relatório, atiradores houthis mataram 1.579 profissionais da educação desde 2014, incluindo 81 diretores de escolas e 1.497 professores. Outros 2.642 professores foram submetidos a diversos ferimentos; alguns deixados com deficiências permanentes.

O relatório denunciou que os houthis emitiram ordens de execução contra dez professores, incluindo o chefe do sindicato na capital, Saad al-Nuzili, e o diretor escolar Khaled al-Nahari,  além de oito estudantes, também sequestrados e detidos.

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“Ao todo, 621 professores foram submetidos a sequestro e desaparecimento forçado em diversas províncias do país”, observou o documento. Hodeidah é a província com maior índice de professores sequestrados pelo movimento houthi.

“Catorze professores morreram sob tortura em prisões da milícia houthi”, reiterou.

Vinte mil professores também foram deslocados por sucessivas ameaças e intimidação judicial, obrigados a deixar suas casas, suas famílias e seu emprego e migrar a outras províncias.

O relatório sugere que o golpe de estado houthi resultou em casos de miséria entre professores e até mesmo suicídio. Autoridades houthis cortaram 60% dos salários de 290 mil funcionários do setor de ensino desde setembro de 2017.

O sindicato anunciou ter monitorado 5.476 atividades de recrutamento e mobilização organizadas por milícias houthis nas escolas de Sanaa desde fevereiro de 2021.

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