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Marrocos e Israel prometem programa de intercâmbio estudantil

Ministro da Educação de Israel Yoav Galant em 26 de março de 2010 [Jack Guez/AFP/Getty Images]
Ministro da Educação de Israel Yoav Galant em 26 de março de 2010 [Jack Guez/AFP/Getty Images]

O Ministro da Educação de Israel Yoav Galant anunciou ontem (11) ter concordado com sua contraparte marroquina, Said Amzazi, sobre a implementação de um programa de intercâmbio estudantil entre os países.

Por telefone, Galant agradeceu Amzazi por sua recente decisão de “incluir a história e o patrimônio do povo judeu no currículo de ensino do Marrocos”. Em troca, prometeu incluir matérias sobre os judeus marroquinos na grade israelense.

“Agradeço ao Rei Mohammed VI por proteger os judeus e preservar os locais de patrimônio judaico no Marrocos”, declarou Galant.

Ambos os ministros debateram organizar viagens de caráter pedagógico entre os países, para que delegações discentes possam aprender sobre a história dos judeus no país norte-africano.

Em dezembro último, Tel Aviv e Rabat concordaram em normalizar e fortalecer laços e cooperação mútua, em troca do reconhecimento dos Estados Unidos da soberania marroquina sobre o território disputado do Saara Ocidental.

LEIA: Documento revela planos do pai do sionismo para criar um ‘estado judeu’ no Marrocos

O Marrocos disputa a região com o grupo separatista Frente Polisário desde 1975, quando a ocupação espanhola deixou o Norte da África. A questão escalou em confronto armado que durou até 1991, quando foi assinado um acordo de cessar-fogo.

Rabat propôs autonomia no Saara Ocidental, desde que mantenha soberania sobre o território. A Frente Polisário, no entanto, demanda um referendo para que o povo local escolha seu próprio futuro. A Argélia apoia a proposta saaraui e abriga refugiados do conflito.

O cessar-fogo de 1991 chegou ao fim no ano passado, após o Marrocos retomar operações militares na autodeclarada República Árabe Saaraui Democrática. A Frente Polisário descreveu os avanços marroquinos como provocação.

Através da operação, o Marrocos “prejudicou não apenas o cessar-fogo e acordos relevantes como também as chances de alcançar uma solução pacífica e duradoura à questão da descolonização do Saara Ocidental”, afirmou Brahim Ghali, líder da Frente Polisário, à ONU.

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