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Relatos de violência doméstica no Líbano dobram em 12 meses

Ativistas participam de manifestação contra assédio sexual, estupro e violência doméstica no Capital libanesa, Beirute, em 7 de dezembro de 2019. [Anwar Amro/ AFP via Getty Images]
Ativistas participam de manifestação contra assédio sexual, estupro e violência doméstica no Capital libanesa, Beirute, em 7 de dezembro de 2019. [Anwar Amro/ AFP via Getty Images]

Os relatos de violência doméstica no Líbano dobraram nos últimos 12 meses, revelam dados da Thomson Reuters Foundation (TRF).

O número de incidentes de violência doméstica aumentou de 747 no ano anterior para 1.468 nos últimos 12 meses, de acordo com estatísticas coletadas pelas Forças de Segurança Interna do Líbano (ISF).

A crise econômica e financeira do país, bem como a pandemia do coronavírus, foram amplamente responsabilizadas pelo aumento da violência doméstica.

Enquanto isso, as Nações Unidas classificaram o aumento global da violência doméstica durante bloqueios relacionados ao coronavírus como uma “pandemia sombria”.

Em dezembro, o Líbano reformou sua lei de violência doméstica para incluir o abuso “resultante” do casamento, mas os advogados afirmam que a legislação não é suficientemente clara.

Segundo o TRF, a legislação atualizada não cobre claramente a violência contra mulheres divorciadas, deixando uma brecha legal.

As leis também não criminalizam o estupro dentro do casamento nem evitam que as mulheres sejam discriminadas em casos de divórcio e discussões sobre a guarda dos filhos.

Em um claro passo à frente, no entanto, uma nova legislação aprovada em dezembro proibiu o assédio sexual.

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As estatísticas que mostram o aumento da violência doméstica no Líbano vêm após alegações de que uma modelo proeminente foi estrangulada até a morte pelo marido na semana passada, no quarto assassinato do tipo no mês passado.

O marido de Zeina Kanjo, Ibrahim Ghazal, foi posteriormente acusado de seu assassinato e um mandado de prisão foi emitido.

Ghazal já havia fugido do Líbano para a Turquia, de acordo com a Agência Nacional de Notícias (NNA) estatal.

No entanto, antes de Ghazal fugir do país, o suposto assassino foi convidado ao ar por um canal de televisão local para explicar sua versão dos acontecimentos.

A entrevista gerou uma reação furiosa nas redes sociais e afirma que a estação de televisão estava ajudando a perpetuar a cultura de culpar as vítimas.

No ar, Ghazal disse ao apresentador que se não quisesse ser preso, não seria preso, informou o TRF.

Em outro caso no mês passado, a polícia do Líbano prendeu um adolescente na província de Akkar, no norte do país, depois que o menino confessou ter esfaqueado fatalmente sua tia de 52 anos quando ela recusou suas investidas sexuais.

Outra mulher de meia-idade foi encontrada morta no norte do Líbano após ser estrangulada até a morte, segundo o TRF.

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