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Rabino extremista é condenado por justificar assassinato de não-judeus

Corte israelense em Jerusalém, 31 de março de 2019 [Faiz Abu Rmeleh/Agência Anadolu]
Corte israelense em Jerusalém, 31 de março de 2019 [Faiz Abu Rmeleh/Agência Anadolu]

Yosef Elitzur, rabino israelense radical que vive no assentamento ilegal de Yitzhar, na Cisjordânia ocupada, foi condenado na segunda-feira (1°) por incitar violência e crime de ódio contra os palestinos. A sentença máxima é cinco anos de prisão.

Em 2013, Elitzur foi indiciado por “incitação à violência”, após publicar postagens que buscavam justificar o assassinato de não-judeus.

Elitzur é um dos autores de um livro chamado Torat HaMelekh, segundo relatos, um manual religioso fundamentalista que destaca explicitamente cenários “aceitáveis” para a morte de bebês, crianças e adultos não-judeus.

Uma análise do conteúdo hediondo da obra, publicada pelo Haaretz, explicou como, por exemplo, o mandamento “Não matarás” aplica-se somente a “judeus que matam judeus”.

Segundo o livro, cidadãos não-judeus são considerados “sem compaixão por natureza” e ataques contra eles são capazes de “conter a inclinação do mal”. Bebês e crianças dos inimigos de Israel devem ser mortos, afirma o texto, dado que “crescerão para nos ferir”.

O rabino também escreveu dois artigos durante uma onda de crimes de ódio contra palestinos denominada na ocasião como “ataques da etiqueta de preços”. Tais atentados escalaram desde 2017, sobretudo contra comunidades muçulmanas e cristãs na Palestina ocupada.

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Grupos de direitos humanos documentaram diversos crimes do tipo, que incluem violentas agressões arbitrárias contra civis palestinos e ataques incendiários contra mesquitas e igrejas.

Em um dos artigos, Elitzur justificou os atentados ao alegar que são direcionados à população árabe, “que protege criminosos”.

Em um segundo artigo, declarou: “Cada vez mais pessoas compreendem que precisamos agir para nos defender diante do mal que ameaça os judeus na Terra de Israel”.

Após examinar o conteúdo dos textos, consultar especialistas e considerar outras provas, a juíza responsável pelo caso deferiu o veredicto. Concluiu: “O acusado publicou artigos que exaltam a violência, cuja divulgação leva à possibilidade real de atos violentos”.

O chefe do departamento legal do Movimento por Reforma e Judaísmo Progressista acolheu a condenação de Elitzur.

Em referência ao corpo religioso de leis judaicas conhecido como Halacá, declarou o grupo: “Rabinos de extrema direita são aqueles que fornecem a base ideológica para o terrorismo judaico, também conhecido por seu termo eufemista, [política de] etiqueta de preços”.

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