clear

Criando novas perspectivas desde 2019

Delegação de separatistas do Iêmen viaja à Rússia

31 de janeiro de 2021, às 14h06

Combatente leal ao Conselho de Transição do Sul (CTS), grupo separatista do Iêmen, maneja um canhão instalado em uma picape, durante confrontos com forças pró-governo pelo controle de Zinjibar, capital da província meridional de Abyan, em 15 de maio de 2020 [Nabil Hasan/AFP/Getty Images]

Uma delegação de alto escalão do Conselho de Transição do Sul (CTS), grupo separatista do Iêmen, embarcou em um voo para Moscou neste domingo (31), para reunir-se com oficiais russos, segundo informações da agência Anadolu.

A delegação, liderada por Aidarus al-Zubaidi, presidente do CTS, debaterá uma série de assuntos com oficiais do governo e parlamentares russos, anunciou o grupo iemenita em comunicado, contudo, sem conceder detalhes.

O Conselho de Transição do Sul tem apoio dos Emirados Árabes Unidos, mas alegou que a visita foi iniciativa do governo da Rússia.

Formado em 2017, o grupo separatista controla grandes áreas no sul do Iêmen, incluindo a capital temporária Aden e a província de Socotra.

Em 18 de dezembro, a presidência iemenita reconhecida internacionalmente, com apoio saudita, anunciou a formação de um novo governo para o país assolado pela guerra, com a inclusão de ministros indicados pelo CTS.

LEIA: Irã fornece armas aos houthis no Iêmen, denuncia ONU

O novo governo foi instituído com base no chamado Acordo de Riad, assinado entre o presidente iemenita no exílio, Abd Rabbuh Mansour Hadi, e representantes do movimento separatista, a fim de suspender confrontos armados entre as partes.

O Iêmen decaiu à guerra civil em 2014, quando rebeldes houthis, ligados ao Irã, tomaram grande parte das províncias no norte do país, incluindo a capital Sanaa.

Um ano depois, Arábia Saudita e aliados sunitas lançaram uma massiva campanha de ataques aéreos para reverter os ganhos militares do grupo houthi.

Segundo o Escritório das Nações Unidas para Coordenação de Assuntos Humanitários (OCHA), até então, o conflito no Iêmen resultou em 233 mil mortes, além de milhões de famílias à margem da fome.