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Argélia apreende 80 mil euros pagos em resgate de prisioneiras da Al Qaeda pela França

Militantes da Al-Qaeda posando com bandeiras, em 24 de maio de 2014 [AFP / Getty Images]
Militantes da Al-Qaeda posando com bandeiras, em 24 de maio de 2014 [AFP / Getty Images]

A descoberta do exército argelino de  80 mil euros em esconderijos terroristas revelou a grave ameaça representada pelo pagamento de resgates pela França em troca da libertação de reféns.

Em 28 de dezembro, o exército argelino realizou uma operação militar preventiva para impedir as tentativas feitas por combatentes da Al-Qaeda no Magrebe Islâmico (AQIM) de se reunirem após o assassinato do líder do grupo, Abdelmalek Droukdel, em junho passado no norte de Mali.

Durante a operação, o exército eliminou três membros da organização e apreendeu parte do dinheiro do resgate.

A Argélia acusa a França de fornecer entre €10 e €30 milhões como resgate para Jama’at Nasr Al-Islam wal Muslimin, que inclui AQIM como uma de suas quatro alas.

Em outubro passado, 207 suspeitos de terrorismo foram presos pelas autoridades do Mali em troca da libertação de quatro reféns, incluindo uma francesa.

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Paris negou as acusações argelinas de que pagou um resgate a grupos terroristas para libertar os quatro reféns, incluindo Sophie Petronin, sendo que o primeiro-ministro Jean Castex disse em 12 de outubro: “Não participamos das negociações de resgate”.

A Argélia acredita que a prontidão da França em fornecer recompensas aos terroristas viola a resolução das Nações Unidas,  emitida em 2014, que criminaliza o pagamento de resgates.

“Parece que o pagamento do resgate pela libertação de reféns ocidentais na região do Sahel é um procedimento de rotina, realizado na maioria dos casos sem confirmação oficial ou comentário sobre sua veracidade”, disse o jornal francês Jeune Afrique.

As autoridades argelinas acreditam que o resgate que a França pagou aos terroristas afetará negativamente a segurança interna e a estabilidade da Argélia, já que grupos terroristas explorarão esse fato para intensificar suas atividades na região do Sahel, comprando armas e recrutando mais membros de áreas pobres e marginalizadas.

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