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Netanyahu pediu ‘315 vezes’ por cobertura favorável da mídia, denunciam promotores

Primeiro-Ministro de Israel Benjamin Netanyahu discursa no Knesset (parlamento), em Jerusalém, 22 de dezembro de 2020 [Yonathan Sindel/AFP/Getty Images]
Primeiro-Ministro de Israel Benjamin Netanyahu discursa no Knesset (parlamento), em Jerusalém, 22 de dezembro de 2020 [Yonathan Sindel/AFP/Getty Images]

Promotores israelenses publicaram uma emenda ao indiciamento contra o Primeiro-Ministro de Israel Benjamin Netanyahu, neste domingo (3), incluindo detalhes de diversas solicitações feitas pelo premiê para obter cobertura favorável de imprensa nas redes afiliadas a uma grande corporação de telecomunicações no país.

Netanyahu foi acusado de fraude, crime de responsabilidade e propina em três casos de corrupção distintos.

O primeiro indiciamento envolve alegações de que o premiê e sua esposa aceitaram presentes ilegais de empresários. O segundo acusa Netanyahu de tentar comprar cobertura favorável em jornais locais. O último, conhecido como “escândalo do submarino”, refere-se à compra de embarcações navais de uma empresa alemã, pelo Estado de Israel, que resultou em milhões de dólares supostamente desviados para contas pessoais.

Há ainda um quarto caso, no qual um associado próximo de Netanyahu é suspeito de fornecer informações confidenciais e privilegiadas à maior empresa de telecomunicações de Israel.

Segundo a rede Ynet News, há ainda suspeitas de que Netanyahu promoveu regulamentações e concessões públicas, estimadas em centenas de milhões de dólares, a Shaul Elovitch, dono da empresa de telecomunicações Bezeq, em troca de cobertura positiva em seu popular website Walla.

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Em resposta a apelos dos advogados de Netanyahu por maiores detalhes sobre o processo, os promotores divulgaram uma carta no domingo, detalhando 315 incidentes de solicitação ilegal de cobertura favorável para si próprio e sua família. A promotoria reiterou ainda indícios de que Netanyahu envolveu-se pessoalmente em ao menos 150 destes incidentes.

Além disso, a cobertura favorável ao premiê seria acompanhada por cobertura negativa a adversários políticos e suas famílias. Por exemplo, em 2013, Netanyahu supostamente convenceu Elovitch a publicar reportagens envolvendo a esposa de Naftali Bennett, líder do partido de oposição Yamina, para difamá-la por trabalhar em um restaurante não-kosher.

Segundo os promotores, Netanyahu também pressionou o website Walla a apagar uma reportagem crítica à sua esposa e substituí-la por artigos convenientes. Ambos os pedidos aparentemente foram conferidos ao premiê.

Em caso distinto, segundo as evidências presentes até então, Netanyahu requisitou de uma emissora ao vivo que suspendesse a cobertura dos protestos contra ele, em 2015, quando também foi agraciado pela empresa.

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