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Israel promete impor testes de covid nos checkpoints aos trabalhadores palestinos

Trabalhadores palestinos em um posto de controle na Cisjordânia ocupada, 4 de outubro de 2020 [Hazem Bader/AFP/Getty Images]
Trabalhadores palestinos em um posto de controle na Cisjordânia ocupada, 4 de outubro de 2020 [Hazem Bader/AFP/Getty Images]

Israel deverá começar a impor testes obrigatórios e randômicos de coronavírus aos trabalhadores palestinos que passarem por seus checkpoints militares, instalados por toda a Cisjordânia ocupada, em suposto esforço para conter a propagação do covid-19.

Um porta-voz da Coordenadoria de Atividades do Governo nos Território Palestinos alertou: “Qualquer trabalhador que recusar ser testado não poderá entrar em Israel.”

Cerca de 133.000 palestinos com autorização extraordinária trabalham nos assentamentos ilegais israelenses localizados na Cisjordânia ocupada.

O anúncio foi feito logo após Israel receber seu primeiro lote de vacinas contra o coronavírus, na quarta-feira (9). A empresa distribuidora prevê que o país poderá imunizar cerca de um quarto de sua população até o fim do ano, segundo a Reuters.

A Cisjordânia, porém, deve receber suas primeiras doses contra a doença somente em março, afirmou a Ministra da Saúde da Autoridade Palestina Mai al-Kaila, durante coletiva de imprensa realizada em Ramallah, reportou o jornal Times of Israel.

“Esperamos que nossa primeira vacinação ocorra no final de janeiro ou começo de fevereiro e que até março tenhamos a vacina conosco”, declarou al-Kaila.

Contudo, reiterou a ministra palestina, as autoridades de saúde da Cisjordânia ocupada advertem contra condições precárias de armazenamento e transporte da vacina, desenvolvida pelo laboratório Pfizer.

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O imunizante deve ser guardado a -70 °C e utilizado dentro de cinco dias, após descongelado.

“A vacina Pfizer requer alguns fatores logísticos, como um congelador que possa preservar seu conteúdo a -75 a -80 °C. Temos apenas um único freezer do tipo na Palestina e não deverá suportar grandes quantidades”, esclareceu al-Kaila.

“Precisamos também de congeladores menores para que possamos transportar a vacina entre as províncias”, prosseguiu a ministra. “Não temos tais itens disponíveis; portanto, estamos diante de um impasse sobre as possibilidades”.

A Palestina é um dos 189 países que filiou-se à iniciativa Covax, promovida pela Organização Mundial da Saúde (OMS), para assegurar acesso igualitário à vacina em todo o mundo.

Soumya Swaminathanin, cientista-chefe da OMS, afirmou em coletiva de imprensa realizada em Genebra, também na quarta-feira, que a entidade internacional espera disponibilizar ao menos meio bilhão de doses no primeiro trimestre de 2021, via Covax.

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Segundo al-Kaila, o acesso prioritário à vacinação será dos profissionais de saúde, sobretudo, na linha de frente, seguido por oficiais das forças de segurança e cidadãos palestinos considerados em grupo de risco.

A agência de notícias Wafa reportou que 24 pessoas morreram de coronavírus na Palestina ocupada, nas últimas 24 horas, com 2.181 novos casos registrados nos territórios ocupados da Cisjordânia e Jerusalém Oriental.

Há ainda 81 pacientes de coronavírus hospitalizados, alguns em condições graves; 24 doentes dependem de respirador artificial.

“Segundo as diretrizes da Covax, a maior prioridade repousa sobre a linha de frente de saúde. Dissemos a eles que também queremos priorizar as forças de segurança que operam em campo, além de idosos, grávidas e doentes crônicos”, concluiu al-Kaila.

O coronavírus no Oriente Médio [Sabaaneh/Monitor do Oriente Médio]

O coronavírus no Oriente Médio [Sabaaneh/Monitor do Oriente Médio]

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