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Sudão é o país do Nilo mais afetado pelas obras da Represa do Renascimento

Panorama do Rio Nilo e da Grande Represa do Renascimento, construída pela Etiópia, em 26 de dezembro de 2019 [Eduardo Soteras/AFP/Getty Images]
Panorama do Rio Nilo e da Grande Represa do Renascimento, construída pela Etiópia, em 26 de dezembro de 2019 [Eduardo Soteras/AFP/Getty Images]Across Ethiopia, poor farmers and rich businessmen alike eagerly await the more than 6,000 megawatts of electricity officials say it will ultimately provide. Yet as thousands of workers toil day and night to finish the project, Ethiopian negotiators remain locked in talks over how the dam will affect downstream neighbours, principally Egypt. (Photo by EDUARDO SOTERAS / AFP) (Photo by EDUARDO SOTERAS/AFP via Getty Images)

O Sudão é o país mais afetado pela controversa Grande Represa do Renascimento, construída pela Etiópia sobre as águas do Rio Nilo, afirmou a chancelaria sudanesa.

A afirmação foi feita durante um encontro entre oficiais dos Ministérios de Relações Exteriores, Irrigação, Cultura e Informação, além de diversos embaixadores ocidentais, na capital sudanesa Cartum.

Na ocasião, Mohamed Sherif Abdallah, subsecretário do Ministério de Relações Exteriores do Sudão, destacou a importância de prosseguir com as negociações, como único meio de solucionar as divergências entre as partes envolvidas.

Abdallah reiterou que seu governo manterá esforços para elucidar sua postura e conscientizar as partes sobre os riscos aos quais o Sudão, sua população e suas instalações estratégicas são submetidos, à medida que as obras avançam.

O diplomata sudanês enfatizou o compromisso de seu país aos esforços de mediação da União Africana e suas esperanças de que tais iniciativas possam resultar em um acordo consentido entre todas as partes.

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A Etiópia investiu US$5 bilhões na construção da barragem, perto da fronteira com o Sudão, e argumenta que o projeto concederá ao país a oportunidade de estabilizar sua economia e sua demanda por energia elétrica.

A interminável luta entre Egito, Etiópia e Sudão sobre a Represa do Renascimento [Sabaaneh/Monitor do Oriente Médio]

A interminável luta entre Egito, Etiópia e Sudão sobre a Represa do Renascimento [Sabaaneh/Monitor do Oriente Médio]

O Egito teme que a represa possa reduzir seu acesso às águas do Nilo, quando preenchida. O país depende absolutamente dos 55.5 milhões de metros cúbicos que deságuam em seu território anualmente, para necessidades básicas, como água potável, agricultura e eletricidade.

O governo egípcio exige que a Etiópia garanta o fornecimento de 40 bilhões de metros cúbicos ou mais das águas do Nilo. O Ministro de Irrigação da Etiópia Seleshi Bekele chegou a alegar que o Egito abandonou a demanda, mas foi desmentido por nota oficial do país vizinho.

Há também a questão em aberto sobre o processo de preenchimento da barragem, pois o Egito receia que, caso feito rápido demais, poderá impactar severamente a geração de eletricidade de sua Represa Alta de Assuã.

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