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Nobre emiradense compra time de futebol israelense; fãs reagem com ‘Morte aos árabes!’

Torcedores da equipe Beitar Jerusalem, da primeira divisão do futebol israelense, aguardam o início de uma partida na Hungria, em 6 de julho de 2017 [Laszlo Szirtesi/Getty Images]
Torcedores da equipe Beitar Jerusalem, da primeira divisão do futebol israelense, aguardam o início de uma partida na Hungria, em 6 de julho de 2017 [Laszlo Szirtesi/Getty Images]

O sheikh Hamad Bin Khalifa Al Nahyan, membro da família real dos Emirados Árabes Unidos, adquiriu participação de 50% nas ações do Beitar Jerusalem, equipe que disputa a primeira divisão do futebol israelense, conhecida por cânticos racistas contra os palestinos.

Detalhes da compra foram anunciados online pelo clube israelense. “Dia histórico para o Beitar Jerusalem. Nesta tarde (segunda-feira), um acordo de parceria foi assinado entre Moshe Hogeg e Hamad Bin Khalifa Al Nahyan”, declarou em sua página do Twitter.

No anúncio compartilhado em seu website, a equipe afirmou que a compra do nobre emiradense também inclui um compromisso de investir mais de 300 milhões de shekels (US$92.18 milhões) no clube, dentro das próximos dez anos.

Segundo a nota divulgada pelo Beitar Jerusalem, Hamad Bin Khalifa declarou: “Estou animado em ser parceiro deste glorioso clube, de que tanto ouvi falar, em uma cidade maravilhosa, capital de Israel e um dos locais mais sagrados do mundo”.

Embora o acordo de aquisição de um clube de futebol israelense possa surpreender alguns observadores, a referência de Hamad Bin Khalifa a Jerusalém como capital israelense deverá ser foco de repúdio por parte de palestinos, árabes e organizações internacionais.

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O status da cidade de Jerusalém é uma das principais questões relevantes à causa palestina e sua resistência diante da ocupação israelense.

Apesar do recente acordo de normalização com o estado sionista, os Emirados Árabes Unidos ainda não reconhecem Jerusalém como capital de Israel.

A equipe de futebol Beitar Jerusalem é um bastião da direita e extrema-direita israelense. Um grupo de torcedores conhecidos como “La Familia” é abertamente agressivo em relação à minoria árabe dentro do Estado de Israel.

O clube enfrenta diversas penalidades, devido aos cânticos racistas de sua torcida, que rejeita enfaticamente a presença de jogadores palestinos no elenco.

A torcida do Beitar Jerusalem é conhecida por agredir jogadores adversários, ao provocá-los com injúrias raciais, em particular, ofensas contra cidadãos árabes. Um dos cânticos dos fãs admite, com orgulho: “Cá estamos, o clube mais racista do país!”

A equipe pendurou um cartaz em frente ao seu estádio, para expressar desejos de boas vindas ao nobre emiradense na cidade ocupada.

Contudo, alguns dos torcedores do clube picharam frases racistas e islamofóbicas na parede externa do estádio, entre elas: “Mohammed está morto”, “Morte aos árabes”, “Foda-se Dubai” e “Você não pode nos comprar! Não mexa conosco!”

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