Portuguese / English

Middle East Near You

França planeja inspecionar 76 mesquitas nos próximos dias

Polícia montada patrulha os arredores da Grande Mesquita de Paris, na capital francesa, em 30 de outubro de 2020 [Kiran Ridley/Getty Images]
Polícia montada patrulha os arredores da Grande Mesquita de Paris, na capital francesa, em 30 de outubro de 2020 [Kiran Ridley/Getty Images]

A França pretende inspecionar 76 mesquitas nos próximos dias, em uma operação “massiva e sem precedentes” contra o separatismo, declarou nesta quarta-feira (2) o Ministro do Interior Gerald Darmanin, segundo informações da agência Anadolu.

Darmanin declarou que serviços do estado deverão monitorar e controlar 76 locais islâmicos de culto no país europeu, dentre os quais dezesseis mesquitas situadas na região central de Paris. Dezoito destes locais serão abordados com “ação imediata”, a pedido do ministério.

Segundo o jornal francês Le Figaro, Darmanin enviou uma circular aos governadores do país para informar sobre a inspeção das mesquitas.

Após o assassinato do professor Samuel Paty, em um bairro suburbano da capital, em outubro último, houve grande aumento nas invasões e pressões a entidades islâmicas e mesquitas francesas, por parte das autoridades públicas.

Em 3 de novembro, Darmanin informou que 43 mesquitas foram fechadas nos últimos três anos, desde a posse de Emmanuel Macron como presidente da república.

LEIA: Fotojornalista sírio é ferido pela polícia durante repressão a protestos em Paris

A França abriga a maior população de muçulmanos na Europa; o islamismo é a segunda maior religião no país, após o cristianismo católico.

A comunidade internacional ficou chocada diante de sucessivos assassinatos e atentados na França: duas pessoas esfaqueadas em frente à revista Charlie Hebdo, em setembro; a decapitação de Paty, em 16 de outubro; e o assassinato brutal de três pessoas na Basílica de Notre Dame de Nice, em 29 de outubro.

Os ataques levaram oficiais franceses a buscar bodes-expiatórios. A comunidade muçulmana logo tornou-se alvo.

Críticos afirmam que o governo de Macron está explorando o pico de violência para intensificar sua controversa postura islamofóbica e mobilizar o eleitorado ultranacionalista.

Categorias
Europa & RússiaFrançaNotícia
Show Comments
Palestina: quatro mil anos de história
Show Comments