Fechamento de campos para deslocados internos no Iraque deixará famílias desabrigadas

Uma senhora idosa e crianças posam ao lado de fora de uma tenda no campo para deslocados internos para a minoria yazidi, na área de Sharya, a 15 quilômetros da cidade de Dohuk, na região autônoma do Curdistão, norte do Iraque, 30 de agosto de 2019 [Zaid al-Obeidi/AFP/Getty Images]

A organização internacional Human Rights Watch (HRW) alertou ontem (2) que o plano do governo de Iraque de fechar campos para deslocados internos no país levará a “desalojamento e vulnerabilidade”.

A rede de monitoramento de direitos humanos advertiu que as autoridades iraquianas não devem forçar a expulsão dos residentes dos campos, “sem primeiro garantir acesso alternativo a habitação, alimentos, água, saúde e outros serviços básicos”.

Fez ainda um apelo para que os residentes ao menos recebam 30 dias de aviso prévio, ao concedê-los as informações adequadas sobre as áreas onde serão reassentados, além de transporte acessível.

Em novembro, autoridades iraquianas anunciaram um plano para fechar os campos de deslocados internos nas províncias de Kirkuk, Saladin e Anbar, com previsão para fechar o restante dos campos em 2021, a fim de permitir o retorno de 1.5 milhão de pessoas deslocadas às suas áreas de origem.

Contudo, Belkis Wille, pesquisador sobre crise e conflito do HRW, afirmou: “Reintegrar famílias que passaram anos nos campos à sociedade iraquiana, para que possam começar a levar uma vida normal, é um passo positivo. Mas a abordagem atual de expulsar pessoas dos campos … frequentemente com aviso de apenas 24 horas, torna as famílias ainda mais vulneráveis”.

As Nações Unidas estimam que ao menos 5.5 milhões de iraquianos foram forçados a fugir de suas casas durante os confrontos com o Daesh (Estado Islâmico).

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