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Turquia detecta célula de espionagem sobre recursos energéticos

Presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, fala sobre a descoberta de uma grande reserva de gás natural na costa do Mar Negro durante uma conferência de imprensa no Gabinete de Trabalho Presidencial do Palácio de Dolmabahce em Istambul, Turquia em 21 de agosto de 2020 [TCCB / Murat Çetinmühürdar / Agência Anadolu]
Presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, fala sobre a descoberta de uma grande reserva de gás natural na costa do Mar Negro durante uma conferência de imprensa no Gabinete de Trabalho Presidencial do Palácio de Dolmabahce em Istambul, Turquia em 21 de agosto de 2020 [TCCB / Murat Çetinmühürdar / Agência Anadolu]

As forças de segurança turcas detectaram uma célula composta por seis espiões responsável pelo vazamento de  informações confidenciais sobre os recursos energéticos do país para uma parte estrangeira. O jornal  Sabah, que noticiou no caso na quarta-feira,  não citou a quem foi enviada a informação vazada, referindo-se a ela apenas como uma “empresa estrangeira”. No entanto, nomeou Emel Ozturk, que foi preso e acredita-se ter sido a pessoa principal na célula. Ela teria sido rastreada por vários meses.

Sabah acrescentou que Ozturk, vice-gerente geral de uma empresa privada de energia, foi presa sob a acusação de espionagem política e militar. Descobriu-se que ela havia passado informações confidenciais para seu amante, “JS”, que trabalha em um serviço de inteligência estrangeira e está baseado em um consulado na Turquia. Um segundo espião sob custódia foi identificado como Serkan Ozbilgin, filho de Mustafa Yucel Ozbilgin, um ex-membro do Conselho de Estado que foi assassinado em 2006.

A descoberta da célula espiã ocorreu após a recente descoberta da Turquia de reservas de gás natural estimadas em 405 bilhões de metros cúbicos no campo de gás de Sakarya, no Mar Negro, e a intensificação da exploração submarina no Mediterrâneo Oriental.

LEIA: Erdogan anuncia descoberta de mais reservas de gás no Mar Negro

De acordo com informações e documentos obtidos pelo Sabah, as primeiras pistas do “escândalo de espionagem energética” surgiram a 6 de abril, depois de o Ministério Público de Istambul ter recebido um comunicado sobre o caso. A unidade Anti-Crime Financeiro de Istambul e os serviços de inteligência apresentaram o caso ao Ministério Público, por causa da ligação à espionagem. A investigação revelou mais tarde que Ozturk tinha ligações com três pessoas que trabalhavam para a empresa estrangeira que recebeu os dados vazados.

Ozturk teria enviado por e-mail informações confidenciais que geraram perdas avaliadas em bilhões de dólares. “Nossos amigos estrangeiros estão esperando por informações este mês”, disse ela em um e-mail. Ela teria obtido informações confidenciais por meio de Ozbilgin e de quatro outros suspeitos.

De acordo com a acusação, indivíduos estrangeiros contataram Ozturk por e-mail e pediram que ela fornecesse informações confidenciais, como dados sobre o consumo diário de gás e preços de importação na Turquia. Posteriormente, a ré conseguiu obter as informações solicitadas junto à Ozbilgin e outra pessoa que atua no setor de energia. A célula vazou informações sobre a capacidade do gasoduto da Turquia, além de enviar outros dados mensalmente.

A acusação exige que os arguidos fossem julgados sob a acusação de fornecer informação sigilosa para fins de espionagem política e militar, nos termos da lei. Os promotores estão pedindo sentenças que variam de 21 anos a prisão perpétua.

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