Dois membros da Irmandade Muçulmana, presos em manifestações contra o golpe de estado que levou o general Abdel Fattah el-Sisi à presidência do Egito, em 2013, foram executados pelas autoridades, segundo nota da organização de direitos humanos We Record, divulgada neste sábado (3).
As informações são da agência Anadolu.
O Ministério do Interior do Egito implementou as penas de morte de Yasser al-Abasiri (49) e Yasser Shukur (45), detidos durantes protestos contra o golpe que depôs Mohammad Morsi, primeiro presidente eleito democraticamente no país.
Ambos foram mantidos na Prisão de Tora, no sul do Cairo, notória por sua fortificação e violações de direitos humanos, após julgamento em caso publicamente conhecido como “Biblioteca de Alexandria”.
Fontes judiciais relataram ao jornal Al-Masry Al-Youm que a Autoridade Penitenciária do Egito executou as penas capitais contra os acusados de “terrorismo, assassinato premeditado e desordem”. Em 2017, a Corte de Cassação rejeitou recurso dos réus contra a sentença, inicialmente emitida pela Corte Criminal de Alexandria.
Em agosto de 2013, protestos eclodiram contra forças de segurança do Egito em frente à Biblioteca de Alexandria, no contexto da repressão brutal contra manifestações pacíficas (sit-in) de apoiadores de Morsi, nas praças de Rabaa al-Adawiya e al-Nahda, no Cairo, capital do país.
Os protestos e confrontos em Alexandria resultaram em quinze mortos, incluindo dois oficiais de segurança.
Autoridades do Egito, contudo, ainda não fizeram um anúncio oficial sobre as execuções.
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![Manifestantes egípcios e apoiadores da Irmandade Muçulmana são dispersados com gás lacrimogêneo, durante confrontos com a polícias, na cidade portuária de Alexandria, norte do Egito, 23 de janeiro de 2014 [AFP/Getty Images]](https://www.monitordooriente.com/wp-content/uploads/2020/10/GettyImages-464637479-scaled-e1601813764226.jpg)