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Todos os lados no Iêmen cometeram crimes de guerra, afirma relator da ONU

Manifestante exibe cartaz com a bandeira iemenita e os dizeres ‘Salve o Iêmen’, na Praça do Parlamento, em Londres, Reino Unido, 5 de julho de 2020 [Justin Tallis/AFP/Getty Images]
Manifestante exibe cartaz com a bandeira iemenita e os dizeres ‘Salve o Iêmen’, na Praça do Parlamento, em Londres, Reino Unido, 5 de julho de 2020 [Justin Tallis/AFP/Getty Images]

Kamel Jendoubi, chefe do Grupo de Especialistas Independentes Regionais e Internacionais sobre o Iêmen, submeteu um terceiro relatório sobre as violações no país ao Conselho de Direitos Humanos das Nações Unidas (UNHRC), nesta quarta-feira (30), segundo a rede de notícias Yemen Shabab.

O relatório foi preparado por uma equipe de experts incumbidos pela agência da ONU de documentar violações de direitos humanos ao longo da guerra no Iêmen.

Segundo o documento, o governo iemenita, rebeldes houthis, o Conselho de Transição do Sul, Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos, todos cometeram crimes e abusos flagrantes que representam crime de guerra, segundo a lei internacional. Destacou o relatório: “Não há mãos limpas no Iêmen”.

Jendoubi declarou ao UNHRC: “Nossos investigadores confirmaram níveis agravantes de perigosas violações da lei internacional e da lei humanitária internacional. Algumas das quais chegam ao ponto de crimes de guerra.”

A equipe, segundo Jendoubi, demonstra receios de que os responsáveis por cometer tais crimes escapem impunemente, apesar de certo progresso alcançado por algumas entidades internacionais, no sentido de investigar crimes e levá-los aos tribunais.

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Jendoubi, entretanto, reiterou que ninguém conduziu interrogatórios ou entrevistas sobre os crimes cometidos. “Obter relatos é um elemento básico para garantir justiça ao povo do Iêmen”, destacou.

No documento publicado em setembro, sob o título “Iêmen: Pandemia de impunidade em uma terra sob tortura”, a equipe concluiu que as partes em conflito continuam a cometer graves violações da lei humanitária internacional.

Os especialistas da ONU enfatizaram que a comunidade internacional “pode e deve” fazer mais para “ajudar a preencher a lacuna de responsabilidade”, em referência aos crimes cometidos no Iêmen.

A equipe concedeu então uma série de recomendações concretas às partes em confronto, além de estados envolvidos direta ou indiretamente e agências da ONU, incluindo o Conselho de Segurança e o Conselho de Direitos Humanos, a fim de combater abusos e impunidade.

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