Portuguese / English

Middle East Near You

Cartunista jordaniano é preso por desenho ‘ofensivo’ do príncipe herdeiro emiradense

Emad Hajjaj, cartunista palestino-jordaniano, em 27 de agosto de 2020 [Al Quds]
Emad Hajjaj, cartunista palestino-jordaniano, em 27 de agosto de 2020 [Al Quds]

Emad Hajjaj, cartunista palestino-jordaniano, foi preso na Jordânia ontem (26) após publicar uma caricatura de Mohammed Bin Zayed, príncipe herdeiro de Abu Dhabi e governante dos Emirados Árabes Unidos.

Nidal Mansour, diretor executivo do Centro de Defesa à Liberdade dos Jornalistas, relatou que Hajjaj foi detido conforme processo registrado sob a lei de crimes cibernéticos.

Caricatura ‘ofensiva’ de Mohammed Bin Zayed, príncipe herdeiro de Abu Dhabi, diante da normalização das relações entre Emirados e Israel [Emad Hajjaj]

Caricatura ‘ofensiva’ de Mohammed Bin Zayed, príncipe herdeiro de Abu Dhabi, diante da normalização das relações entre Emirados e Israel [Emad Hajjaj]

O cartum, publicado pelo site de notícias Al-Araby Al-Jadeed, retrata uma pomba da paz, com a bandeira israelense sobre o torso, cuspindo no rosto de Bin Zayed.

A ilustração de Hajjaj é um comentário crítico ao “acordo de paz” anunciado recentemente entre Emirados Árabes Unidos e Israel, mediado por Washington.

A caricatura assinada por Hajjaj inclui legenda: “Israel pede à América que não venda aviões F-35 aos Emirados”, em comentário sobre os anseios de Abu Dhabi em adquirir as aeronaves de guerra dos Estados Unidos, suposta motivação ulterior para o acordo.

Os Emirados Árabes Unidos representam o quarto país árabe a instituir laços com Israel, após Egito, Jordânia e Mauritânia. O último, no entanto, suspendeu as relações com o estado sionista em resposta à guerra em Gaza, em 2014.

Após sua prisão, jornalistas realizaram um protesto em solidariedade a Hajjaj, em frente ao Palácio da Justiça, reivindicando sua soltura imediata e retirada das acusações.

A organização Repórteres Sem Fronteiras (RST) também exigiu a libertação de Hajjaj, exortando autoridades jordanianas a não utilizarem a legislação sobre crimes cibernéticos como pretexto para silenciar vozes críticas.

LEIA: Reconhecer Israel abre novas portas no Golfo, mas matará o sonho de uma Jerusalém árabe

Categorias
EAUJordâniaNotíciaOriente MédioPalestina
Show Comments
Palestina: quatro mil anos de história
Show Comments