Síria é condenada por órgão de controle pelo uso de sarin e bombas de cloro

Uma criança afetada e um homem recebem tratamento médico depois de um ataque de gás supostamente venenoso do regime de Assad nos distritos de Sakba e Hammuriye, no leste de Ghouta, em Damasco, Síria, em 7 de março de 2018 [Dia Al Din Samout / Agência Anadolu]

O ramo executivo do órgão de controle de armas químicas no mundo condenou na quinta-feira o uso proibido de sarin e bombas de cloro pela força aérea da Síria, mas deixou de tomar medidas diretas para penalizar Damasco, informa a Reuters.

A decisão é resultado de um relatório em abril da Organização para a Proibição de Armas Químicas, que descobriu que os aviões militares sírios Sukhoi Su-22 e um helicóptero lançaram as bombas na vila de Ltamenaha, na região de Hama, em março de 2017.

A Síria, que ingressou na OPCW em 2013, para evitar a intervenção militar dos Estados Unidos em relação a um ataque químico anterior, disse que destruiu completamente um estoque de armas químicas declaradas à OPCW, mas os inspetores encontraram toxinas e munições não declaradas durante as visitas ao local.

Em uma votação de 29-3, uma decisão foi adotada pelo Conselho Executivo da OPCW de 41 membros, que é politicamente dividido, em Haia. Nove países se abstiveram.

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Uma resposta mais forte à violação da Síria da Convenção sobre Armas Químicas de 1997 pode ser ocorrer na próxima reunião de membros plenos da OPAQ, a Conferência dos Estados Partes, que começa no final de novembro.

“O Conselho (…) condenou o uso de armas químicas, conforme relatado pela Equipe de Investigação e Identificação da OPCW (IIT), que concluiu que existem motivos razoáveis ​​para acreditar que a República Árabe da Síria usou armas químicas em Ltamenah, Síria, em março de 2017”.

O relatório “estabelece que a República Árabe da Síria falhou em declarar e destruir todas as suas instalações de produção de armas químicas”, conforme registra o texto da decisão.

Juntamente com seu aliado militar,a Rússia, a Síria negou repetidamente o uso de armas químicas na guerra civil.

O conselho da OPCW expressou “profunda preocupação com o fato de a República Árabe da Síria não ter cooperado e não ter dado acesso ao IIT”.

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A decisão de quinta-feira deu a Damasco 90 dias para apontar “as instalações onde as armas químicas, incluindo precursores, munições e dispositivos, usadas nos ataques de 24, 25 e 30 de março de 2017 foram desenvolvidas, produzidas, armazenadas e operacionalmente estocadas para entrega”.

Caso Damasco não cumpra o prazo, o conselho recomendará a adoção de medidas limitando os direitos da Síria como membro da OPCW na Conferência dos Estados Partes ainda este ano. O CSP também pode recomendar a denúncia da Síria ao Conselho de Segurança da ONU.

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