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Palestinos enfrentam discriminação dentro de Israel, denuncia HRW

Jovens palestinos tentam remover blocos de cimento instalados pela ocupação israelense para bloquear a entrada de sua aldeia, em Deir Nizam, noroeste de Ramallah, Cisjordânia, 15 de fevereiro de 2020 [Issam Rimawi/Agência Anadolu]

Israel discrimina contra seus próprios cidadãos palestinos, ao restringir gravemente seu acesso à terra para habitação e para acomodar sequer o crescimento demográfico natural, denunciou nesta terça-feira (12) a organização internacional Human Rights Watch (HRW).

“Décadas de confisco de terras e políticas discriminatórias deliberadas limitaram o acesso de muitos cidadãos palestinos ao devido espaço, em cidades e aldeias densamente povoadas”, relatou o grupo de direitos humanos com sede em Nova York.

Por outro lado, políticas israelenses nutrem e estimulam a expansão de comunidades vizinhas predominantemente judaicas – muitas das quais, construídas sobre as ruínas das aldeias palestinas destruídas durante a Nakba (catástrofe), em 1948.

“A política israelense de ambos os lados da Linha Verde [conforme o armistício de 1949] isola os palestinos em densos centros populacionais, à medida que maximiza o acesso à terra para as comunidades judaicas”, declarou Eric Goldstein, diretor executivo em exercício do HRW.

Prosseguiu Goldstein: “Essas práticas são bastante notórias quando se trata da Cisjordânia ocupada, mas as autoridades israelenses também impõem práticas discriminatórias de acesso à terra dentro de Israel”.

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Segundo a organização, Israel controla diretamente 93% da Cisjordânia ocupada, incluindo Jerusalém Oriental. Todas as propriedades de terra da região são gerenciadas e distribuídas pela Autoridade de Terras de Israel, agência estatal com metade de seus membros pertencentes ao chamado Fundo Nacional Judaico (FNJ). O mandato explícito desta entidade sionista é desenvolver e arrendar terras apenas para judeus.

“As políticas fundiárias de Israel tratam cidades dentro de suas próprias fronteiras em termos extremamente desiguais, com base no fato de seus habitantes serem judeus ou palestinos”, destacou Goldstein. “Após décadas confiscando terras dos palestinos, Israel então os confina a cidades apinhadas, enquanto permite prosperidade a cidades judaicas vizinhas que os excluem”.

Israel ocupou Jerusalém e toda a Cisjordânia após a chamada Guerra dos Seis Dias, em 1967. No ano seguinte, começou a estabelecer assentamentos em toda a região.

Os palestinos pretendem criar um estado independente e autônomo composto pela Cisjordânia ocupada – incluindo Vale do Jordão – e Faixa de Gaza, na costa do Mar Mediterrâneo, com Jerusalém Oriental como capital.

A Organização das Nações Unidas (ONU) considera Cisjordânia e Jerusalém Oriental como territórios ocupados. Atividades de construção de assentamentos israelenses em tais áreas são, portanto, ilegais sob o direito internacional.

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