Grupo humanitário condena compra de drones de Israel pela UE, para vigiar refugiados

O Monitor Euromediterrâneo de Direitos Humanos condenou a compra feita pela União Europeia de drones israelenses para uso de vigilância e rastreamento contra refugiados na costa da Europa.

A organização humanitária descreveu os contratos no valor de €59 milhões (US$63,6 milhões) para fornecer drones de vigilância israelenses e utilizá-los contra requerentes de asilo como imoral e de legalidade questionável.

“A compra de drones israelenses pela União Europeia encoraja abusos de direitos humanos na Palestina ocupada; além disso, o mau uso destes aparelhos para interceptar imigrantes e requerentes de asilo poderá levar a graves abusos no Mediterrâneo”, afirmou a entidade.

O Monitor Euromediterrâneo reivindicou então que o bloco europeu revogue seu acordo com o estado da ocupação, célebre por violações de direitos humanos. “A União Europeia deve cancelar imediatamente esses contratos e evitar o uso de drones contra requerentes de asilo, em particular no que se refere à prática de retornar tais indivíduos à Líbia, o que lhes frustra a busca por segurança.”

A Agência Europeia de Gestão de Cooperação Operacional nas Fronteiras Externas – conhecida como Frontex – adquiriu drones do modelo Hermes 900 fabricados pela companhia israelense Elbit. Os equipamentos “foram testados sobre a população encarcerada da Faixa de Gaza sitiada, na Operação Margem Protetora, em 2014”, denunciou o grupo humanitário.

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A declaração do Monitor Euromediterrâneo ainda destacou: “Isso demonstra o investimento da União Europeia em equipamentos israelenses cujo valor foi demonstrado por seu uso na opressão do povo palestino e na ocupação de suas terras. A compra de tais drones será vista corretamente como manifestação de apoio e incitação ao uso experimental de tecnologia militar pelo regime repressivo de Israel.”

Segundo o professor Richard Falk, presidente do Conselho do Monitor Euromediterrâneo, é “absurdo” que a União Europeia compre drones de fabricantes israelenses considerando seu uso “repressivo e ilegal” contra palestinos que vivem sob ocupação por mais de cinco décadas.

“Também é inaceitável e desumano que a União Europeia use os drones para violar direitos básicos de imigrantes que arriscam suas vidas no mar para buscar asilo na Europa”, reiterou.

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